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Contos-->O Poder da Lagartixa - crônicas de um depressivo 7 -- 19/07/2003 - 09:39 (Silvio Alvarez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vou retomar de um ponto importante da última crônica. O assumir que estamos doentes. É muito difícil, pois existe muito preconceito incluindo o nosso. No meu caso, no início, achei que era algo ligado às mimações que recebi de meus pais e avós desde criança.

Fui dar conta da depressão tarde demais. Já não me alimentava e não conseguia trabalhar. Fiquei isolado do mundo seis meses e tive que me afastar das funções no trabalho. Sentia uma tristeza profunda. Vontade de sumir. Por incrível que pareça o que me dava algum ânimo eram as colagens feitas com papel recortado e cola em bastão que mais tarde percebi ser uma terapia ocupacional fantástica e um ofício maravilhoso. Terei chance de comentar com mais detalhes sobre esta arte terapia que desenvolvi do nada.

Como contei, resolvi me internar em uma clínica em Itapira – SP. Tomei a decisão e fui só. Lá residia um amigo com o qual estudara no colegial. Ele não entendeu nada. Em São Paulo os médicos diagnosticaram síndrome do pânico e depressão. Meu amigo não aceitava o fato de eu querer ficar internado em uma clínica psiquiátrica. Eu sabia que era a melhor solução, pois estava totalmente descontrolado e me sentia perdido, capaz de cometer qualquer loucura contra minha vida. Ele me conduziu até o Instituto Américo Bairral. Estava lotado. Não podia estar, meu problema era o maior do mundo. Esta era a sensação.

Saí dali e fui me hospedar em um hotel da cidade. Meu amigo me deixou sozinho por que aparentava estar bem. Parecia que sim. Ele me conhecia e sabia que tinha por hábito exagerar as coisas. Naquele caso precisava de auxílio médico. Desejava isolamento. Dos problemas e das pessoas que me cercavam.

No hotel pensava o que fazer. Saí e bebi algo forte para tomar coragem. Voltei e ingeri uma caixa de comprimidos. Meu amigo ficou preocupado com o fato de não entrar em contato e foi me encontrar desacordado no apartamento com a ajuda do funcionário. Fui direto para a clínica. Surgiu uma vaga do nada. Devia estar muito bem financeiramente na época, pois estou lembrado de arcar com todas as despesas na maior instituição da América do Sul.

Esta foi a internação mais light . Era atendido semanalmente por um psicólogo e um psiquiatra. Os médicos fizeram de tudo para que não houvesse a necessidade de alopatia. Receitaram um antidepressivo e um calmante leve para dormir. A medicação foi sendo diminuída nos três meses em que estive lá.

Na próxima semana abordarei o tema internação.


Pela complexidade da questão solicito, através deste veículo, a colaboração de profissionais da área médica que tenham disponibilidade para me auxiliar no esclarecimento de dúvidas que vem surgindo em número maior a cada dia por parte de leitores e membros de nosso grupo de discussão. Basta entrar em contato pelo e-mail: silvioalvarez@terra.com.br

Convido a todos os interessados pelo tema a participar do nosso grupo de discussão via Internet. Basta enviar um e-mail:
assinar-adepressao@grupos.com.br


Nota do autor:

Segundo a Revista Superinteressante – Mundo Estranho, de agosto / 2002, estrategicamente arquivada, as lagartixas se desfazem da cauda por vontade própria. Não se trata de nenhuma crise masoquista de autoflagelação e, sim, de uma estratégia espertíssima que ajuda o bicho a salvar a vida. Quando perseguido, ele corta um pedaço do próprio rabo, que continua se movimentando, o suficiente para distrair o predador e ele fugir.

A idéia aqui é utilizar esta metáfora animal para simbolizar o poder de recuperação dos seres humanos e suas táticas de sobrevivência. As múltiplas interpretações, incluindo as de mau gosto, do por que da escolha desta figura são fantásticas e enriquecem a discussão. Aguardo a viagem de cada um!

Silvio Alvarez é assessor de imprensa da banda rock pop YSLAUSS, artista plástico de colagem e colunista.
Ilustração - Bruno César: brunoartes@uol.com.br





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