Ilha de Cabralha,
Ilha que nos valha.
Ilha de Bahia, de todos os santos,
Ilha do Brasil.
Me conta, me conta mais uma versão da história que pariu aquele abril.
Aos meus olhos não chegaram fatos vis,
Aos meus ouvidos não chegaram gritos de dor,
Mas os meus sentidos disseram que aquele dia, a pátria foi aviltada. Esconderam sob mortalha, sob ferros e até hoje, muita dor pelos lutos que lá aconteceram.
Foram índios,
Foram negros,
Foram civis,
Operários,
Simples trabalhadores...
Brasileiros, filhos do Brasil enterrados no ato insano de senhores mediocres.
Da caravela, no alto da gávea o lábaro oscilava sob a brisa funebre, como se fora anonimo a barbárie, até calar envergonhado no mastro, ante a insensatez e aos brados agonizantes velado intermitentemente como pecado a profanar as nossas glórias.
Um dia nacional que perdeu o respeito, a ordem e o rumo, deixou mais uma vez seus filhos a própria sorte.
Cidadãos,pais e filhos velados a morte, que aqui do Norte se quer demarcar.
Ilha de Cabralha,
Ilha de Bahia,
Ilha do Brasil a calar mais esse rabisco de sangue, terra e amor.
Ilha que me valha gritar a cabeça um pouco de consciência, para que esse país jovem,cheio de luz, visgo da liberdade não venha a impunidade se perpetuar. |
