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Erotico-->32. O ENCONTRO -- 30/04/2003 - 08:03 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Juvenal deixou-se ficar no quarto por mais de meia hora, esquecido quase do compromisso do almoço. Finalmente, decidiu-se por descer, dando alguma demonstração de infelicidade. Ensaiou no espelho alguns rictos faciais, sem se achar, definitivamente, um bom ator.

Ao pé da escada, deu com Margarida, que o esperava com um recado de Macedo:

— O detetive aceitou um prato de comida lá na cozinha e foi embora, deixando-lhe este bilhete.

O papel estava apenas dobrado, de modo que o rapaz logo desconfiou de que a mulher o havia lido. Em todo caso, não deu demonstração de que se aborrecera com nada, restaurando a fisionomia habitual.

Em poucas palavras, Macedo informava-o de que o carro estava liberado e lhe agradecia a acolhida.

O jovem respirou desafogado, dado que a presença do policial o punha de orelha em pé.

Mas não teve tempo para muitas reflexões, porque Margarida lhe pediu permissão para apresentar a filha e a sobrinha.

Juvenal assentiu e um instante depois as duas moças transpunham a porta que dava acesso à cozinha.

— Esta é Valéria, minha filha, que não sabe ainda se fica no emprego. Se ficar, vai cuidar da limpeza de móveis e utensílios. Minha sobrinha, Glorinha, é excelente cozinheira, além de ótima com a lavanderia. O senhor vai estar bem servido.

Enquanto a senhora falava, os três jovens observavam-se atentamente, medindo-se de alto a baixo.

— Dona Margarida, o que foi que meu tio decidiu a respeito dos salários e da competência de vocês três?

— Ele aprovou o que nós pedimos e nos pediu para ficarmos por uns dias, para nos acostumarmos com a casa. Ele falou que entenderia se nós não aceitássemos ficar, porque o clima agora cedo estava muito triste.

— O que ele disse a respeito de meus hábitos?

— Falou das aulas pela manhã e à tarde. A professora Elvira já me havia falado de suas aulas com ela, duas vezes por semana. Ela acha que o senhor pode permitir que as duas jovens assistam às aulas da outra professora. Mas isso eu não vou pedir ainda, porque as duas estão indecisas.

Juvenal considerou que as duas eram bem apresentáveis e se agradou de tê-las por perto algumas horas a cada dia. Por isso, adiantou-se:

— Ângela continua vindo dar aulas mesmo depois de minha irmã ter morrido. Eu pretendo estar presente o mais possível. Se o serviço for feito, não vejo nenhum problema em que as duas freqüentem as aulas, desde que se esforcem por acompanhar. O material que elas não tiverem, eu forneço. Para mim, o reforço é importante, porque pretendo prestar vestibular no fim do ano. Elas não falam?

Margarida estimulou a filha:

— Diga para o patrão por que você não está querendo aceitar o emprego.

Era o que Valéria mais desejava naquele instante. Queria demonstrar que estaria à altura das expectativas daquele patrãozinho maravilhoso:

— Eu já me decidi. Eu vou aceitar trabalhar aqui. Minha mãe está querendo que eu diga que a minha intenção é ser animadora de torcida.

— Você está em alguma escola para isso?

— Uma vez por semana, eu falto à aula e vou ao clube. Acho que, no próximo campeonato, vou começar.

— É bom o salário?

— O salário não conta. O que vale é que a gente pode receber ofertas de apresentações em festas, congressos etc. O que se ganha lá é sempre bem mais do que como doméstica.

— E você, Glorinha, tem as mesmas aspirações?

A mocinha, tão desenvolta quanto a prima, fez uma carinha mais de dó e se saiu com esta:

— Eu acompanho minha prima, mas não tenho o mesmo jeito para essas coisas. Eu lá só me divirto. Como sou a mais alta de todas, elas dizem que eu devia tentar a carreira de manequim. Isto está fora de propósito.

Margarida percebeu as manhas da sobrinha e cortou sua fala:

— A conversa, senhor, está muito boa, mas elas precisam ir cuidar da vida. O senhor vai almoçar agora?

— Não estou com muita fome, mesmo porque preciso ir ver o que está acontecendo com o coitado do Tadeu. De qualquer modo, eu como alguma coisa.

De fato, a verdade era outra. Juvenal devorou uma boa quantidade de comida, deliciando-se com o tempero novo, um tanto carregado de alho e cebola, mas bem menos apimentado que o dos tempos de Francisca.

Após comer, elogiar os pratos e liberar o cardápio da semana, ao invés de ir atrás do empregado, tendo tomado o cuidado de sair pelos fundos, foi buscar o carro na delegacia, levando-o diretamente para a oficina, mandando colocar blindagem nas portas e vidros à prova de balas.

Quanto a ligar para o tio, bem que se lembrou de fazê-lo, mas adiou a providência, julgando que o caso estava em boas mãos.

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