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Contos-->O Poder da Lagartixa - crônicas de um depressivo 6 -- 04/07/2003 - 13:58 (Silvio Alvarez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu tenho o Poder. O poder de recuperação. Todos nós temos. Foi por este motivo que esta coluna tem este nome. Podemos reverter situações por pior que possam parecer.

Não é fácil e todos devem desenvolver e aprimorar suas técnicas próprias.

Deixei transparecer o que estava sentido na última semana propositalmente. Não sou super herói e tenho deixado claro que administro minha depressão. Por enquanto “sozinho”. Nunca estamos sós. Procurarei auxílio médico quando julgar necessário. Aqui devo esclarecer que já passei por tratamento e o meu caso é o meu caso.

Ontem uma amiga notou algo diferente e ofereceu uma força. Ofereceu me ouvir. Hoje, não falaria nada do que lhe disse ontem. Parece incrível? É normal! Quando estou em estado depressivo, o mundo parece que vai desmoronar. Nas fases mais agudas da doença, há dez anos, desmoronava toda hora. Hoje, raramente desabafo com alguém por que sei que é uma situação temporária que eu mesmo posso resolver. Reflito, medito, oro, descanso, reconsidero, mudo o foco e acordo outro. Parece fácil. Neste estágio em que me encontro realmente é. Sobretudo quando aspectos físicos influem. Ontem estava com uma gripe violenta. Fui mais cedo para casa. Dormi muito. Fui medicado (gripe) e acordei bem melhor. Não só da gripe, mas da depressão. Voltei a pensar mais racionalmente. Quando entro em crise depressiva é difícil reverter imediatamente a bola de neve de pensamentos negativos e destrutivos. A solução, no meu caso é ter muita calma neste momento e dar tempo ao tempo. Tentar resolver algo nestas horas, para mim, só complica ainda mais.

Um dos grandes problemas da depressão é a sensação de imobilidade em explicar o que estamos sentindo. Quem quer nos ajudar fica ainda mais desesperado.

Nos estágios iniciais da doença aparentamos estar bem fisicamente e a sensação de tristeza é indescritível. Quanto mais tentamos explicar e descrever estes pensamentos nossa incapacidade gera um mal ainda maior. Uma espécie de ferida interna que vai crescendo.

É compreensível alguém não acreditar em nossos problemas. Quando temos a fama de sensíveis demais, de aumentar os problemas, a nossa credibilidade fica comprometida.

A forma mais sensata de mostrar que estamos realmente doentes de depressão e que não é frescura é irmos ao médico e convencer amigos, parentes e a si mesmos com um diagnóstico de confiança. Mostrar que existem fatores químicos envolvidos. Apenas um médico é capaz de explicar isto para alguém e convencê-lo.

Pela complexidade da questão solicito, através deste veículo, a colaboração de profissionais da área médica que tenham disponibilidade para me auxiliar no esclarecimento de dúvidas que vêm surgindo em número maior a cada dia por parte de leitores e membros de nosso grupo de discussão. Basta entrar em contato pelo e-mail: silvioalvarez@terra.com.br

Convido a todos os interessados pelo tema a participar do nosso grupo de discussão via Internet. Basta enviar um e-mail: assinar-adepressao@grupos.com.br


Nota do autor:

Segundo a Revista Superinteressante – Mundo Estranho, de agosto / 2002, estrategicamente arquivada, as lagartixas se desfazem da cauda por vontade própria. Não se trata de nenhuma crise masoquista de autoflagelação e, sim, de uma estratégia espertíssima que ajuda o bicho a salvar a vida. Quando perseguido, ele corta um pedaço do próprio rabo, que continua se movimentando, o suficiente para distrair o predador e ele fugir.

A idéia aqui é utilizar esta metáfora animal para simbolizar o poder de recuperação dos seres humanos e suas táticas de sobrevivência. As múltiplas interpretações, incluindo as de mau gosto, do por que da escolha desta figura são fantásticas e enriquecem a discussão. Aguardo a viagem de cada um!

Silvio Alvarez é assessor de imprensa da banda rock pop YSLAUSS, artista plástico de colagem e colunista.
Ilustração - Bruno César: brunoartes@uol.com.br









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