Um Pingo de Poesia
Paulo Nunes Batista*
Fulo da madrugada
Sorriu lá no horizonte
Será que sou a água
Do rio, ou sou a fonte, ou o monte
Que devo atravessar
Pra poder me encontrar?
Ah, de repente sou
A Estrela Dalva
Que em minha noite
Quilariou
São Quelemente,
Scorre a gente
Que corre, anoturnada
Atrás de nada,
Com esse quilarão
Que anda em Vossa Mercedes
E pode saciar muita fome
E sedes
Adispois eu digo
O que fizeram comigo:
Me espremeram e torceram
Que nem bagaço de cana
Aí, que gente sacana!
Antes eu nasça
O olho ardente do dia,
Quem sabe, eu talvez faça
Um pingo de Poesia?
Anápolis-GO.
(*)É poeta, escritor e jornalista paraibano, radicado em Goiás (Anápolis). Autor de vários livros e opúsculos, como: Cantigas da Paz (Trovas, 1971); De Mãos Acesas (Sonetos, 1981); O Vôo Inverso (Sonetos e Poemas, 2001); Chamego, o Urubu (Contos, 1997); Raízes do Cangaço (Ensaio, 1998) etc. Publicou mais de 200 folhetos e folhas volantes (Cordel). Pertence à Academia Goiana de Letras (Cadeira no. 8), é Membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Sócio Correspondente da Academia Paraibana de Letras e participa ainda de outras entidades culturais. Foi ateu e é espírita desde 1961. Orador espírita, colabora na Imprensa há mais de meio século.
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