Armando amava Maria,
Que se iludiu por Fernando.;
Fernando o que mais queria
Era ver feliz o Armando.
Como é que se daria
Solução para o problema?
A verdade é que Maria
Foi bem mais longe no tema.
Percebendo que Fernando
Atenção não lhe daria,
Correu para o seu Armando,
Com quem um lar construiria.
Por esse tempo, Fernando
Aprendeu Espiritismo
E ver feliz ao Armando
Foi verdadeiro batismo.
Hoje todos vivem juntos,
Noutro lar aqui na Terra,
Mas não dão para os assuntos:
Quem pensar mal muito erra.
Armando é hoje Luzia,
Casada com o Alfredo,
Reencarnação de Maria,
Que de nada teve medo.
Luzia teve um menino,
Nada menos que Fernando,
Que traz por nome Honorino:
E os três prosseguem se amando.
— “Já ganhei hoje o meu dia!” —
Diz feliz nosso escrevente.;
— “O texto dessa poesia
Não é menos que excelente!”
Desse modo, pensaria
Nosso público leitor?
Muito feliz ficaria,
Se o julgassem com amor.
Pois a verdade se encerra
No coração das pessoas
Que, ao flanarem pela Terra,
Só desejem coisas boas.
Mas o bom é relativo,
Segundo cada pessoa:
O que p ra um é bem vivo,
Para outro é coisa à-toa.
Dessa maneira o “excelente”
Que emocionou nosso amigo,
P ra uma porção de gente,
Encerra grande perigo.
Quem disse que o reencarne
É um bem reconhecido?
Há quem pense que esta carne
Tem um valor definido.
Querem ver seu corpo, um dia,
Pela alma possuído,
Aspirando à harmonia
Dum bem jamais destruído.
P ra quem tem tal pensamento,
Não é boa a solução
De se findar um tormento
Numa outra encarnação.
Portanto, os nossos versinhos
Não se põem com singeleza.;
Se recebem uns carinhos,
Também causam estranheza.
Que nos baste realizar
Tal trabalho, alegremente,
Pois, se o escrevente gostar,
Para nós é suficiente.
Vamos demonstrar coragem,
Nalguns versinhos a mais,
Embora seja bobagem
Que não sairá nos jornais.
É que temos compromisso
Apenas co o treinamento.;
Quem nos prestou o serviço
Já abandonou este assento.
Quem escreve de improviso,
Sem revelar muito siso,
É um membro desta equipe.;
Seria bom que o irmãozinho
Saísse bem de fininho:
Este vírus causa gripe.
Sentindo desassossego,
Já temendo um escorrego,
Nosso irmão apronta as malas,
Porém, escreve apressado,
Tendo já desconfiado
Que são outras estas falas.
Este seu desprendimento,
Ao prosseguir um momento
Lhe dá muita confiança.;
Já percebe, na sextilha,
Que algo ali se estribilha:
Equilibra-se a balança.
— “Foi bom ter continuado!” —
Pensa o amigo bem amado,
À vista desta poesia.;
Vai fundo no pensamento,
Estimula o sentimento:
Recebeu em dobro o dia.
Mas é hora de partir,
Há deveres a cumprir:
Hoje teremos estudos.
“Nosso Lar” e André Luís
Vão fazer muito feliz
O grupo dos “carrancudos”.
Perdoem a brincadeira,
Sabemos que foi besteira
O apelido que lhes demos,
Porém, nem tudo na vida
Nos enaltece e convida
A deixar de lado os remos.
Havemos de fazer força
Para que a rima não torça
Nossos maiores desejos,
Que são ver nossos amigos
Felizes, em seus abrigos,
A tocar seus realejos.
Acho que vamos parar,
P ro escrevente descansar,
Uma vez que está exausto.;
Fazer rimas sem sentido
É mais que tempo perdido:
É tornar o dia infausto.
Devemos agradecer,
P ra demonstrar bem-querer
Pela ajuda do Senhor.
Oremos em harmonia,
Na hora da ave-maria,
Com fé, muita paz e amor.
Acaba o nosso escrevente
De espirrar bem fortemente,
Tendo assustado esta equipe.
Já teria acontecido,
Conforme foi prevenido,
De ter pego a nossa “gripe”?
Se você não for embora,
Passaremos outra hora,
Versejando assim à toa.
Irá depois reclamar:
— “Nada há a publicar.;
Que saudade do Pessoa!”
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