APRENDER a DESAPRENDER: SONHAR.

Não sei dos conformes obrigatórios das pessoas que se dizem normais.

Aprendi a respeito de suas mentiras e seus ritos falsos, para nunca mais querer usá-los.

No entanto (sempre tem um “no entanto” o… “un pero”, como decimos (spanish), si: pero (“mas”) me vejo muitas vezes dentro dos conformes,por mim aceitos, sem perceber (quase sempre).

Assim é que tento te deixar de lado, porque perturbas minha razão e é muito, muito difícil seguir somente o coração.

Deveria viver pela arte- qualquer pedaço do corpo da arte, sem pensar no “futuro” burguês do civilizatório, mas...sou fraca (já fui mais) a ponto de deixar que a as verdades de outros (família, conformes, contratos) me ensinassem como andar nas ruinas do mundo civilizado. E aqui estamos. Eu resmungando. Outros correndo. Alguns odiando.

Com a idade, aprendemos a desaprender. Deixamos os julgamentos idiotas para os enfermos (sim, os normais em excesso) e muitas vezes chutamos o balde.

Revolta? Nada disso : vontade, alívio, e desejo de tudo que poderia ser e nunca foi.

Mas ...quase um reencontro com sonhos, esses que nunca acabam, porque tem mais força consigo do que qualquer desejo banal.Há sonhos que nunca morrem. Aliás, creio que são eles que nos pescam, como peixes coloridos num tanque admirado por aqueles que não sabem nadar. E então são sonhos (ou podem ser) que esconderam-se por ter chegado ao fim a vida de um sonhador, e acabaram ficando após sua partida.

Então pescam-nos e hipnotizam-se dentro de nós para toda a (nossa) vida. Podem ser feitos de paixão , amor, obsecados por algo, por uma história que se repete, por um ser desaparecido … Eu, como acho que vale a pena arriscar (a pele, o tempo, as noites) pelo amor ou até mesmo, por uma paixão...aqui estou.