Ouvem calados as ordens,
Seguem os ritos,
Vestem as modas,
Usam as drogas e falam em voz baixa.
O tempo passou, mas o mal que era tão breve se alastrou.
Entra na mesa o rei nosso, substituindo o rei deles... pouco se alterou.
O nosso povo está de estima tão baixa, que nem vê o que lhe convém.
Ninguém está acostumado a boas maneiras,
Ninguém, quando solto de uma repressão, sabe ao certo, pra onde ir, qual a direção.
Na verdade, esses anos só serviram, para aumentar a miséria das mãos, na verdade esses anos só servira para aumenta os presos nas prisões, só serviram para apagar a conscientização.
Nas filas, nos ônibus, nos bares...já não há além de reclamações.
O povo está só...
A praça é dos drogados,
As esquinas da prostituição.
Nas escolas não há professor,
Nos hospitais não mais doutor e nas casas... a família é de dor.
Os jornais só falam pavor.
Ninguém mais ensina, parece que ninguém quer mais viver. O penhor dessa ausência é a falta do não saber.
Aqui na terra, até Deus veio dizer, mas teimosos que somos, insistimos em não querer fazer.
Talvez por isso, estamos fadados a palafitas, pão e água e essa bagagem, de agonia e pedra bruta.
|