A mulher que diz me amar pode muito bem me trair.
Beijar a minha boca,
Cuidar de minhas feridas,
Tomar o meu corpo, e no mesmo quarto, onde goza feita loba , onde me arranha feito louca, dizendo com os seus verbos, que sou o que não há igual... deitar no colo de outro adão.
Ela pode muito bem, se eu não reunir as qualidades... de identidade, de luz e idade, se eu não explorar bem as suas curvas, se eu não faze-la pensar e fazê-la berrar, vira outra fera e me morder com toda a sua fúria, ela será em qualquer noite escura, de um outro amante.
Astuta, haverá de guardar pra si o dia, em que a sua boca e toda a sua mulher nua deitar no veneno de outro.
Contudo ela é sábia, não procurará um varão só para as refeições, ela procurará a cabeça que a levará à vida.
Se eu não a tratar como mulher feita para complementar a divisão mais exata da obra divina. Perderei o seu coração, e o sonho de um dia transforma-se-a numa realidade tão crua como dura,
Deixando na boca um gosto de fel,
Deixando na garganta um ranço de tristeza, lágrima e culpa de réu.
A mulher que diz me amar, tem que ser bem amada, para que sinta saudade, para que nunca esqueça, quando passar pela diferença de bem e de mal.
A mulher de meu amor tem que sempre me amar mais.
A mulher de meu amor tenho que me dar demais.
Essa mulher, tenho que respeitar.
Essa mulher pode me dar o mundo ou me negar viver a paz.
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