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Poesias-->A luz final. -- 16/12/2003 - 22:41 (Edio de oliveira junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Deus não sabe que choramos?



Ontem eu disse adeus à poesia!

Ela já estava morta em mim há muito

Mas só ontem tive coragem de enterrá-la...



Eu não sei como pude enganar por tanto tempo meu espírito

Tentando ser algo que não era! (Como, meu Deus?!)

Todos os sentimentos que tive e que vieram agasalhados pela poesia

Só me trouxeram transtornos e me distanciaram dos objetivos

Que nem ao menos tive... Mas que percebo agora que deveria tê-los tido...



De alguma forma a poesia destruiu a minha vida quase que por inteiro!

Mas por sorte retirei o grito sufocado de um peito quase sem vida,

De um homem quase sem esperanças, e ressurgi-me todo em pedaços.

Para entregar-me a uma realidade que sempre repudiei! (Pura ironia do destino...).



Serei a partir de agora o “homem da lei”, do emprego público cobiçado ““,

Serei o homem respeitado e desejado, serei um sujeito esforçado...

E quando a noite cair, (a noite com as estrelas e a brisa e todos aqueles elementos

Que me punham a “viajar”) eu fecharei meus olhos e me entregarei a algo didático!

Puramente didático...

... E deixarei que tudo aconteça para tocar alguém que deva ser tocado,

Para inspirar pessoas que mereçam ser inspiradas,

Para que a arte promova acertos na vida de multidões,

E deixe de promulgar a vergonha na vida de fracassados.



Me cansei de ser um “quase-nada”

Me cansei do olhar da minha mãe me desmerecendo,

Estou farto de crer na minha tão pobre arte de forma tão fiel,

De iludir-me pensando ser alguém “privilegiado” ( privilegiado uma “ova”...)

E de fechar os olhos às coisas hipócritas do mundo...

Ah! Eu sei sim que o mundo é hipócrita!

Mas não há hipocrisia maior do que não ser hipócrita em um mundo hipócrita!

(o pior de tudo é que levei 25 anos e muita porrada para perceber

algo tão claro! – justo eu, que me achava um sujeito inteligente...)



Eu me sinto agora

Como um lagarto que estava escondido no canto empoeirado

Da “TABACARIA” de Fernando Pessoa!

Um pobre lagarto sem inspiração, sem humanidade, sem sonhos, sem aspirações...

Literalmente como alguém que “ esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma

Parede sem porta...”



Deus não sabe que choramos?



Ontem eu disse adeus à poesia!

Os grandes homens, já vieram...

Os que deveria marcar, já marcaram...

Apenas ontem tomei a consciência de que a maioria vem para nada

E de que quase todos devem sim, morrer no anseio de uma frustração qualquer.

Afinal de contas “ O mundo e para quem nasce para o conquistar

E não para quem sonha que pode conquista-lo, ainda que tenha razão...)



Será que valeria a pena

Cultivar em mim essa loucura deliciosa que se chama poesia?

Da forma como eu acredito que ela deve ser cultivada?

Enquanto o mundo social me atropela

E eu vou cultivando o descrédito total de meus mais próximos!?



A real resposta é não!!!

Ontem eu me vi fechando uma porta

Que selou uma fase linda de minha vida, mas que precisava ser selada...

Deixo este poema como testamento

Desta fábula maravilhosa de emoções que tive...

Tenho que trilhar o meu caminho

E sinto que minha estrada não é essa.



A arte da poesia é demasiadamente sublime para mim!

Na ânsia de compreende-la honestamente

Me desvinculei quase que por completo da “ realidade devastadora”...



Digo adeus à esta deliciosa loucura neste último desabafo poético

E parto para uma nova vida

Como um infante pronto para seus primeiros passos.

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