AFTERNOONS[i]
W. D. Valgardson[ii]
White ships burdened with snow
Are afire with sunlight.
My grandfather is concealed in a black coat.
Before us, the fields of ice shift restlessly
He holds his pipe by its bowl and waits.
I am reunnng toward him.
Afternoon snow is the colour of ash.
Behind me, shadows uncoil from my skis.
A rabbit, its neck hunched in death,
Leaves four drops of blood
on the crusted snow.
TARDES
Navios brancos carregados de neve
Estão em chamas com a luz do sol.
Meu avô escondido em um casacão preto.
Diante de nós, os campos de gelo se movem inquietos.
Ele segura o cachimbo pelo fornilho e espera.
Corro em direção a ele.
A neve da tarde é da cor das cinzas.
Atrás de mim, sombras se desenrolam de meus esquis.
Um coelho, o pescoço curvado na morte,
Deixa quatro gotas de sangue
na neve incrustada.
[i] Publicado na revista The Canadian Forum, março de 1979, Vol. LVIII, Nº 687. Traduzido por L. C. Vinholes
[ii] William Dempsey Valgardson, contista, romancista e poeta canadense nascido em Winnipeg, Manitoba, em 1939, foi professor de redação na Universidade de Vitória e na Universidade de Colômbia Britânica, ambas no extremo oeste. Publicou: Best American Short Histories (1971), Garbage Creek and other histories, Sarah and ther peopel of Sand River, Carpenter of Dreams e Bloodflowers: Ten stories.
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