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Artigos-->FATOS E FEITOS, ITINERÁRIO DE UM ANDARILHO EM 1996. -- 30/10/2022 - 18:59 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

FATOS E FEITOS, ITINERÁRIO DE UM ANDARILHO

29 de fevereiro de 1996

L. C. Vinholes

30.10.2022[i]

Escolhi a data de hoje para encimar este texto por ser ela uma das mais singulares do nosso calendário. O ano é bissexto e ela só voltará daqui a quatro anos, mais ou menos o tempo que devo ficar ausente do Brasil. É que acaba de sair a Portaria da minha remoção para o Consulado-Geral do Brasil em Milão. No próximo ano bissexto, no vindouro 29 de fevereiro do ano 2.000 poderei ter boas novas sobre um novo posto ou sobre o regresso definitivo a Brasília para pedir e gozar licença a prêmio ou aposentadoria.

Resumindo os fatos ocorridos desde meados do ano de 1995, pretendo atualizar minhas informações para com aqueles que me são caros.

Depois de ter participado das reuniões da Comissão Brasileira das Comemorações do Centenário do Tratado de Amizade, de Comércio e de Navegação Brasil-Japão, assinado em Paris em 05 de novembro de 1895, na qualidade de representante da Agência Brasileira de Cooperação-ABC, estive em Tokyo nos meses de agosto, setembro e outubro do ano passado, para colaborar com o Setor Cultural da Embaixada na implementação do programa brasileiro das referidas comemorações. Este período foi uma excelente oportunidade para rever amigos e visitar lugares que conheci em outras ocasiões. Destaco aqui a visita que fiz a Toyonaka, onde reside meu singular amigo Kenzo Tanaka e os três dias que passei em Suzu, cidade-irmã de Pelotas, as primeiras entre o Brasil e o Japão a celebrarem este tipo de relacionamento fraterno. Em Suzu estive com o prefeito Mikindo Hayashi, com o vice-prefeito Ryoko Tabata, com o presidente da Câmara Municipal Iwao Ishii e com tantos outros amigos. Desejo lembrar o reencontro com os integrantes do grupo de 10 estudantes e 3 professores que visitaram Pelotas em dezembro de 1992, chefiados por Koen Morooka, Superintendente de Educação da Municipalidade de Suzu. Passei também algumas horas com estudantes, professores e diretor da Escola Primária e Secundária Seibo, no bairro de Ohtani, em Suzu, que absorveu a Escola Primária Ohtani para a qual, em 1962, eu havia composto o Hino Escolar, com letra do saudoso poeta amigo Iwamoto Shuzo.

No final de outubro, retornando de Tokyo, passei por Vancouver onde visitei minha filha Irani que morava no Canadá desde 1977. Na ocasião foi explorada a possibilidade de seu eventual retorno ao Brasil.

Enquanto aguardava a publicação da mencionada Portaria, tirei férias e, de carro, com Helena e Irani (que havia chegado a Brasília no dia 30 de dezembro), fui até Pelotas, minha terra natal, onde residem minha irmã Zaira, meu cunhado e singular amigo Sérgio Vieira Siqueira, meus sobrinhos e sobrinhas Luíza Helena, Ana Cláudia, Luiz Alberto, com seus cônjuges Luiz Eduardo Novaes, Mauro Lucas e Lídia, bem como minha cunhada Paulina e minha sobrinha Beatriz. A caminho de Pelotas, estive na casa de outros sobrinhos: Sérgio e sua esposa Rosângela, em Ponta Grossa, e Luiz Fernando, em Porto Alegre. Na capital gaúcha passei agradáveis momentos com os primos Luiz Mota, Maria Bassols e Antônia Mota, esta, minha primeira professora no Curso Primário.  Não posso deixar de mencionar o jantar que Helena e eu tivemos em Porto Alegre, na casa de Lia e Yukio Moriguchi, diretor-fundador do Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, meus amigos fraternos desde 1959.  Por gostar demais de um quinteto muito especial, meus sobrinhos-netos, registro aqui seus nomes, na ordem decrescente das idades:  Gabriela, André, Rafael, Felipe e Rafaela, a primeira com 9 anos e a última chegada no dia 19 de dezembro de 1995.  Na casa de Zaira e Sérgio, convivi também com a octogenária Laura Monti, amiga desde os meus tempos de criança. Feitos por ela, com habilidade e bom gosto, são os panos de mesa de esmerado croché tão apreciados por Helena e por mim mesmo. Estive ainda com o primo Alberto Lessa Machado, com os casais Maria e Arnaldo Novaes e Marion e Rui Lucas, e com os “companheiros” do Rotary de Pelotas.

Registre-se que, a caminho de Suzu, marquei encontro na estação de Kanasawa e passei agradáveis momentos com o casal Takeshi Iino, amigos desde 1961 que participaram das tratativas que providenciei para tornar a capital da Província de Ishikawa cidade irmã de Porto Alegre, o que logo se concretizou com benefício para ambas as metrópoles.

Em Pelotas retomei, com vários interlocutores, o assunto referente à construção do Jardim de Suzu, em estilo japonês, criado por Kenzo Tanaka e Tadao Tsujiguchi, projeto que visa a comemorar o Centenário do referido tratado. Uma área nobre localizada junto à Estação Rodoviária foi definida pela Prefeitura e nela o vice-prefeito Ryoko Tabata, por ocasião da sua visita a Pelotas, em maio de 1995, juntamente com o Chefe do Executivo Pelotense, plantou um pé de cerejeira e um pé de camélia, flores símbolo do Japão e de Suzu, respectivamente. A mais recente incentivadora deste projeto é Virgínia Fetter, presidente da Câmara Municipal de Pelotas e diretora-superintendente do Diário Popular local.

Com o reitor da Universidade Federal de Pelotas-UFPel, Antônio César G. Borges, adiantei as negociações relativas ao projeto-piloto da mini destilaria de saquê, com a colaboração da Prefeitura de Suzu e da tradicional Destilaria Soguen daquela cidade-irmã, visando a aproveitar os recursos hídricos e da orizicultura da região pelotense, a criar novos empregos e melhorar a renda e a aproximar, comercial e financeiramente, as comunidades de Pelotas e Suzu.

Mediante entrevistas com o Diário Popular e com a TV Pampa, de Pelotas, foi-me possível levar ao conhecimento de maior número de munícipes pelotenses e habitantes da Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul os assuntos relativos aos três temas mencionados: Centenário do Tratado de Amizade, Jardim de Suzu e projeto piloto para uma destilaria de saquê na UFPel.

Entre 16 e 21 de fevereiro, período do Carnaval, na companhia dos pais de Helena, Maria Antônia e José Paulino, das irmãs Maria José, Ângela, Ana Maria e Frederico com seu Guilherme, Marta e Paulo com os filhos João Gabriel e Pedro Henrique, e do irmão Francisco Paulino, sempre com Helena e Irani, passei uma temporada curta, mas intensa, às margens do Rio Araguaia, na confortável casa de beira-rio que Ana Maria e Frederico têm em Cocalinho, MT.

Enquanto viajava para Cocalinho, meu filho Daniel, procedente de Ottawa, chegava a Porto Alegre para, na companhia do primo Luiz Fernando, seguir viagem para Pelotas, onde passará a residir com os tios Zaira e Sérgio e a trabalhar como professor de inglês da British House.

Minha ida para Milão será também minha primeira visita à Europa, origem de parte daquilo que o Brasil é hoje.  Minha satisfação é ter a oportunidade de, mais uma vez, colaborar com o embaixador Guilherme Leite Ribeiro, cônsul-geral, o amigo de muitos anos que, em abril de 1989, quando diretor da ABC me convidou para nela trabalhar. Não fosse ter aceito seu convite certamente hoje eu não estaria no Itamaraty para completar, em junho vindouro, 35 anos de serviço.

Agora, com a minha remoção para Milão, acompanhado por Helena e Irani, estou em fase de preparativos da bagagem e da mudança, aguardando a partida que, certamente, ocorrerá no final de abril vindouro.

Assim sendo, a partir de maio deste ano, meu endereço de contato, enquanto não for alugado apartamento, será:     

                                               Consulado-Geral do Brasil

                                               Corso Europa 12-5 Piano

                                               20122 Milan - ITALIA         

 

 onde, funcional e pessoalmente, estarei às ordens de todos, na expectativa de uma visita amiga.

Finalmente, a partida será no final de abril vindouro, 1966, e, por isso, despeço-me desejando a todos, em nome de Helena, de Irani e no meu próprio, votos de saúde, prosperidade, paz, alegria e, ainda, o que de melhor se possa desejar a quem muito se estima e se quer bem.

 

[i] Nesta data, revisitando memória de 1996.

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