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Cronicas-->Psicografia -- 19/01/2003 - 11:57 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sabe guria, resolvi reescrever mais um texto, só por causa daquela história da Messalina, que era esposa de um imperador mas permitia, como era costume na corte, que todos os cidadãos mexessem nas suas carnes.
O texto teria sido psicografado por um espírito de vagabundagem que estimulou a utilizar algumas palavras já impressas e adaptar o escrito para criar menos e preencher espaço.
Mas a tal de Messalina acabou sendo largada de lado com aquela carta sem assinatura falando em amor. De novo o tema? Mas essa conversa de amor é sempre perigosa. Começa com um beijo e pode terminar num altar ou numa vara de família, no bom sentido.
É o seguinte guria. Não sei ainda como se fala das coisas sem evitar de falar nelas.
Quem sabe entre um churrasco com polenta e radite poderíamos abordar a questão, sorvendo um bom vinho para apimentar o encontro. Vinho é bom, estimula o namoro, e na pior das hipóteses serve de desculpa para aventuras mais arrojadas. E que aventuras penso eu.
Ah, e tem aquele negócio de pintar cabelo. Prá que jogar tinta se a natureza é tão boa? Pintar cabelo de amarelo, vermelho e verde? Parece a bandeira do Rio Grande. Guria doida. Que mau gosto tchê.
Aliás, sabes tu que cozinhar não é tão importante quanto saber balançar uma rede? É, de estómago vazio dá prá ficar, mas não dá prá desprezar uma rede caliente, um embalo amoroso.
Não devia escrever este tipo de coisa? Mas é só tu que vais ler. Ninguém mais. Segredo nosso.
Aliás, como é que se encara esse negócio de amor? É uma questão de entrar na igreja, contar prá todo mundo e depois se esconder para poder curtir?
Não sei guria, é mais fácil observar as histórias das tribos, pensar no grande planeta azul como uma bola amorosa, complacente com as nossas existências, com os seres e as rochas integrados temporariamente, como o amor, que se renova e morre todos os dias, quando as flores murcham e o sol se põe no horizonte desleixado.
O horizonte, que acompanha todos os dias a mexida da lua e do sol, que se encontram para namorar de vez em quando, mas se paqueram de longe, tal o fogo do astro rei.
E quando eles quase se amam se amam também os humanos e os bichos, numa grande sinfonia de palavras e sons não muito exatos, palavras até indecorosas, mas de efeito e de carinho.
Mas sobre o que eu deveria escrever mesmo? Messalina? Não, é outra coisa, psicografia acho eu. Amor, dirias tu.
Sobre amor é mais difícil. Que tal escrever sobre a união das letras, o perfume dos vidros, a água dos rios? Que tal?
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