PLENITUDE
A boca são muitas bocas.;
Em lábios, em rosto.
Dedos multiplicam em mãos,
Enroscando-se em cabelos
Em caricias, em desejos.
Braços são mil laços
Amarrando apertado,
Ao corpo desesperado.
A sombra encobre o rosto
Recai o corpo sobre o corpo.
No querer quase louco,
Doce encanto... Suave pouso.
Um perfume inspirado no escândalo
Aroma forte de puro sândalo.
E os pés que não querem o chão
Sentem a maciez do algodão
Alma que ultrapassa o absoluto,
O desconhecido no mais completo infinito.
O Sol não quer ser atrevido
Torna-se acanhado, ficando contido.
A Lua acompanha tímida,
Sendo cúmplice, sendo amante,
No céu que a abriga.
Os movimentos são tantos
No girar da Terra. No clamar das almas.
Nos corpos, a grande prova,
De que o amor ainda existe
Que comigo e contigo esteve
Apenas por um instante.
Num sonho real esteve me amando,
E em realidade, eu te amo sonhando.
Cleide Yamamoto.
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