Poderá nosso inimigo
Prejudicar-nos a alma?
Só se lhe dermos abrigo,
Preservando a rude palma.
Se lhe dermos nossas preces,
Com amor no coração,
Obteremos as benesses
Duma forte proteção.
Hoje somos muito ingênuos,
Cheios de vicissitudes.;
Com sacrifícios estrênuos,
Reuniremos as virtudes.
Sentiremos outra força,
Seremos bem mais seguros.;
Não haverá quem nos torça
A rota dos alvos puros.
Entretanto, aos bons amigos
Devemos agradecer
A proteção e os abrigos
De extremado bem-querer.;
A Deus, nos Céus, finalmente,
Nosso bem e nossa luz,
Pelo envio a toda gente
Do nosso Mestre Jesus.
Desta forma, pretendemos
Fazer ouvir nossa voz:
Se é o Senhor que por nós temos,
Quem há de ser contra nós?!
Confiemos em Jesus,
Em suave contenção.;
É sua voz que conduz
A Deus esta multidão.
Sua mãe, Santa Maria,
Abençoa os infelizes
E lhes dá um novo dia,
Alteando as diretrizes.
Tão soberba proteção
É lá do Alto que vem.;
Pois prepare o coração,
Praticando só o bem.
Uma série de cuidados
Fará bem à nossa vida,
Se estamos determinados
À diretriz ver cumprida.
Sorriremos da miséria,
Toda dor será bem-vinda.;
Haverá coisa mais séria?
Nossa paz será infinda.
É certo que partiremos,
P’ra conhecer o mistério,
Embora tudo o que vemos
Termine no cemitério.
Sendo assim, é importante
Conhecer a outra vida.;
Não vá deixar ao talante
Pô-lo em risco, se duvida.
Leia as obras sem sermões,
Mergulhe em seus pensamentos.;
Saiba que há bons corações,
Sustentando os argumentos.
Discuta com seus amigos,
Ponha as dúvidas p’ra fora:
Os homens são bem antigos,
Mas tudo se passa agora.
A timidez é um perigo,
Quando o amor não sobreleva.;
Quanto vale um bom amigo
Que nos abre a sua ceva?!
Por isso, não tenha medo
De demonstrar ignorância.;
Havendo vida, ainda é cedo:
Será essa a nossa infância.
Parece bem divertido
Levar o tema em poesia.
Pode ser, mas eu duvido
Que qualquer publicaria.
Vou passar p’ra outro assunto,
Do mesmo modo importante.;
Espero que venha junto
E que não seja implicante.
Este treino de poesia
Deverá continuar,
Sempre, ao morrer do dia,
Quando é doce o poetar.
Na quantidade dos versos,
Não se pode confiar.;
Serão muitos os perversos,
Poucos para publicar.
Entretanto, a nossa gente
Vai gostar que seja assim.;
Se não cansar o escrevente,
Isto não terá mais fim.
Perdurando o treinamento,
Todos serão atendidos.;
Será coisa dum momento:
Problemas são resolvidos.
Ergamos, pois, nossas preces,
Rogando a Nosso Senhor
Que resguarde nossas messes
De paz, de bem e de amor.
E ao chegar a nossa hora
De bendizer ao Senhor,
Será breve, sem demora:
Demonstraremos valor.
Serão pobres nossos versos.
Nossas rimas — um horror!
Os temas serão perversos,
Mas será farto o vigor.
Por isso, não pare agora,
Vá em frente, caro amigo.;
Confie em Nossa Senhora,
Que nos dá o seu abrigo.
Dissolvamos a assembléia,
Pois é hora de partir:
Porque se enfraquece a idéia.
Obrigado, Wladimir!
Na hora da despedida,
Fica triste o nosso irmão,
Mas saiba que, nesta vida,
Mais vale um bom coração.
Queremos agradecer
A Deus—Pai, o Criador,
Aumentando o bem-querer,
Conforme nos cresce o amor.
Tudo chega devagar
P’ra nossa felicidade.;
Se quisermos apressar,
Teremos dificuldade.
P’ra cada dia, uma dor.;
Um só pão, p’ra cada dia.;
É bom este nosso amor.;
É suave esta poesia.
Vamos ficar por aqui:
Cremos ser o suficiente.;
Contenha-se, Wladimir.;
Despeça-se desta gente.
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