Américo Falcão - o romàntico campesino: autor Luiz Nunes Alves : Gráfica e Editora União: João Pessoa-Pb. 105 pg. 1995
Por: maria do Socorro C. Xavier
A obra enfeixa ao mesmo tempo uma homenagem ao poeta Américo Falcão, patrono da cadeira 38 da Academia Paraibana de Letras. nesta mesma cadeira, ora tomando posse o poeta, historiador e folclorista Luiz Nunes Alves, autor desta presente obra.
O autor faz as homenagens em verso, com saudação inicial e final ao poeta Américo Falcão, objeto principal desta obra. Trás no final da mesma, fragmentos da bela obra romàntica e campesina, da qual destacamos este soneto, Ã pg. 102 deste livro:
A vida tanta gente já tem dito
Que é riso e pranto! Mas à s vezes penso
Que é só tristeza...um páramo esquisito
De mágoas... um caminho árido, extenso!
Tenebroso deserto, estreito, imenso
No qual, em prantos, a cismar, cogito
E é tão profundo este cismar intenso
Que o meu silêncio torna-se infinito!
Esta cisma bendita é a nostalgia
Desse silêncio que consola tanto
Que parece uma efêmera alegria!
E é tão real a dor da humanidade,
Que o prólogo da vida é o frio pranto,
E o doloroso epílogo - Saudade!
O autor homenageia também em versos o fundador da cadeira 38: Nelson Lustosa Cabral e o último ocupante da citada cadeira, José Cavalcante.
Publica no livro o discurso de recepção do acadêmico Flavio Sátiro Fernandes, que com singular sensibilidade, traça toda trajetória de vida do autor desta obra. Como delineia muito bem, Flavio Sátiro,- Luiz Nunes Alves é poeta de dupla face: erudito e popular. escreve sonetos e como poeta popular escreve sob pseudónimo de "Severino Sertanejo", manifestando o sentimento da gente simples do interior.
O autor é também autor de diversas outras obras, entre as quais: História da Paraíba em verso, prefaciada pelo professor Historiador José Pedro Nicodemus; A vida de Delmiro Gouveia, prefaciada pelo professor Átila Almeida; Inácio da Catingueira - O Gênio escravo, prefaciado pelo médico e poeta Firmino Leite; Copa 94. Em preparo: Coisas da Minha Sala, na qual constará o prefácio do folclorista Norte Rio -Grandense, Veríssimo de Melo.
O autor sobressai-se pela criatividade literária, no mister de contador de histórias em verso.
|