Achados de Repente
Paulo Nunes Batista*
Lourival Bandeira tava num bar em São Paulo bebericando sua pinga. O jornallista Raul Azevedo Neto, pernambucano, querendo testa-lo, pergunta à queima-roupa:
Diga, Lourival Bandeira,
Que faz aqui nesta esquina?
Bandeira jogou-lhe este improviso:
Olhando tudo o que passa
Homem, mulher e menina:
Velha da barriga grande,
Negra da canela fina.
Passavam na hora uma senhora obesa e uma escurinha dos cambitos de socó. Este é meu: imaginei que, por fim, um dos cantadores cantava:
Entro na boca de cima,
Saio na boca de baixo.
Desta vez é quando tu
Tens de baixar o teu facho.
Nunca mais para ninguém
Vais dizer que és cabra macho.
(*) é poeta, cordelista, repentista, compositor, jornalista e escritor paraibano, radicado há mais de 50 anos em Anápolis- Goiás.
|