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Poesias-->Heróis anônimos -- 10/11/2003 - 18:54 (Ricardo Barreto Ferreira) |
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Giramundo vive sonhando com o mundo,
Com as estradas sem fim,
Com os povoados na beira do caminho.
Giramundo sente remorsos por não ter morrido
Em uma guerrilha qualquer
Em defesa dos seus ideais.
Mas que fazer, se nunca foi procurado,
Nem nunca encontrou nenhum grupo em luta?
Giramundo chora pelos heróis
Tombados na luta contra a opressão.
Heróis anônimos
Homenageados por um escritor
De grande sensibilidade,
Num livro simples e despretensioso,
Mas ao mesmo tempo, humano e comovente,
Rico em exaltação àqueles
Que morreram por um mundo melhor.
Àqueles que deram a própria vida,
Para que nossos filhos conheçam
Um mundo com mais justiça,
Já que nos foi negado este direito
E nós não tivemos força suficientes
Para conquistá-lo, ainda.
Giramundo agradece em nome
De todos aqueles heróis anônimos:
“Obrigado Renato Tapajós.
Obrigado por teres escrito: "EM CÂMARA LENTA".
Um dia não existirá mais este regime opressor, Com esta censura castradora.
Então todos poderão ler o teu livro,
E os personagens dele passarão à história
Como mártires deste período negro
Que estamos vivendo.”
Recife, 30 de julho de 1979.
Obs.: O título do livro é com CÂMARA mesmo e não CÂMERA.
Acredito que o autor quis fazer um jogo de palavras já que nesse livro as coisas acontecem com uma lentidão angustiante.
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