Sr. Presidente!
Sr. Presidente!...
Senhora e senhores que assistem a miséria e a dor de um povo da janela do mundo, aqueles que marcham com as bandeiras em punho,
Aqueles que tombam diante do fuzil, do riso sarcástico da metralhadora, são camponeses, nobres operários...homens que querem de volta um país.
Sr. Presidente, aqueles que pedem a sua renúncia, são cidadãos comuns que o elegeram.
Sr. Presidente, esses homens que em sangue ajoelham na vida, entregando-se a sorte, a impiedosa ordem, são pessoas humildes. Devotas da liberdade, indignadas e com o orgulho ferido, pedindo contas das políticas mal elaboradas, no âmbito externo.
Sr. Presidente, a justiça, o verbo e a vontade de um povo devem ser conduzidas no bom senso da coletividade.
Se os teus votos, quando no altar da República, foram ao bem comum. Por que agora, praticar o genocídio, algemando as mãos e cerceando os direitos das bocas alheias e esfomeadas do teu povo?
Sr. Presidente, esses índios, esses latinos...guerreiros pais, mães e filhos dessa América tão assolada pelas mazelas, amargas impostas a tua pátria, por outras nações, que se dizem amigas, são esperanças vivas de um sonho construído, hoje, em tuas juras.Por que força-los a entender ou a aceitar o que não é compreendido.
Senhor, tu não és o dono do trono, nem capazes é de elevar um côvado diante de ti.
Aqueles homens, caídos nas ruas de La paz, aqueles homens vencidos pelo poder da ditadura, do ser incapaz, são homens simples...são camponeses, idosos querendo sossego.; são pessoas, que sentiram aviltada, mais uma vez a paz.
Aqueles homens senhor! Que estão voltando ao pó, em gritos sem dó. são mártires lutando por uma causa, que as aves de rapina, esqueceram esperando o fim da carnificina. Talvez, por isso dizem que é causa perdida demais.
Senhor tenha piedade, desse tolo, desse coió que apóia, cujas mãos são covardes. Infligem as leis e a sanidade.
Sr. Presidente, não há vergonha na alma humana, ou animal, capaz de minimizar tal perfídia, diante de um povo.
Senhores do oriente,
Senhor do continente, maldita cruz carregam esses povos. Fazer de conta, que a liberdade existe, ocultando no subúrbio do terceiro mundo a fome, a impunidade, a desigualdade e à violência.
Senhores do mundo, tenham pelo menos a decência, não de analisar pelas manchetes capitais dos jornais, mas pelo senso humano. Se algum, com toda essa evolução, ainda lhes restar, pra quem sabe ajudar a promover a independência da América.
Senhor presidente, esses jovens e velhos que o sangue ainda refrescam as calçadas provincianas desse Estado, eram as forças produtivas e idealistas de uma terra, em soberania, escravizada. E que agora, escrevem em letras bem graúdas as suas intenções, as suas habilidades comprometidas com o bem público.
Senhor presidente...que sirva de sermão ao mundo o exemplo aqui sentenciado.
Senhor presidente, esses homens, cujos filhos estão órfãos, cujas esposas estão viúvas, esses homens velhos e novos, que gritam esboçando do peito suas amarguras contra essa ditadura, são homens de paz,, que no silêncio dessas dores no sol poente, só querem o que é de direito...a democracia. Afinal, esse trono não é seu, esse trono é do povo.
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