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Contos-->180 minutos -- 04/05/2003 - 19:31 (Carvalho de Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vinham de um casamento de pouco mais de três anos, acabado há um.
Feridos por questões mau resolvidas, abatidos, cabisbaixos, deprimidos, depressivos.
Rancores, mágoas, feridas não cicatrizadas, espírito de vingança, vontade de ir à forra, era tudo quanto os alimentava. Sabiam disso.
Nenhum dos dois, até então, tinha tido qualquer relacionamento mais sério, para mostrar e provar ao outro, integridade, firmeza de caráter, fidelidade, como se isso, tivesse o condão de desmanchar eventuais culpas pela separação.
Com o orgulho e a dignidade feridos, ficava muito difícil admitirem seus próprios erros.
Impossível chegarem a um consenso.
Naquele tempo de refazimento de vida, tornaram-se arredios, desconfiados, mais intolerantes e intoleráveis. Nada os agradava. Sabiam disso.
Os amigos comuns que sobraram, pouco comentavam sobre eles e para eles.
Tornaram-se solitários, amargos, amargurados, frustrados, sei lá...

Noite de veranico de Maio, céu azul límpido carregado de estrelas. Lua Cheia majestosa, derramando seus reflexos por toda parte, iluminando de prata cada canto.
Cada um curtindo sua solidão, paradoxalmente em pontos opostos da cidade.
Como que levados por um mesmo impulso mágico e misterioso resolveram tomar um “chopinho” no C.Q.SABE.
O C.Q.SABE, era uma choperia onde haviam se conhecido numa noite há mais de 5 anos passados. Cada um, pôs-se da melhor maneira possível. A melhor roupa, a melhor aparência, o melhor humor.
Na choperia, o que chegou primeiro, escolheu a ala menos freqüentada, parte porque ainda se escondia das pessoas, parte porque, com a separação, deixara de fumar.
Tinha o sentimento, que o inveterado vício, fora uma das razões que contribuiu para a separação. Não tinha certeza, mas sempre fora sua intuição.
Sentia-se bem. Na verdade, não sentia-se tão bem há décadas.
De repente quem entra ?
Não acreditou. Surpresa recíproca.
Absolutamente embaraçados, como adolescentes, cumprimentaram-se tímida e formalmente, como se jamais houvessem sido íntimos.
Que loucura !
O diálogo iniciou-se abstrato, desconexo, à “fórceps”.
Observaram-se mútua e curiosamente, quase com admiração.
Afinal, sentaram-se.
Como nunca haviam feito antes, cada um pediu sua bebida.
Os olhares não se desviaram por um só instante, um só segundo.
Às vezes olhares curiosos, outras vezes, extremamente brilhantes, mansos, cativantes.
Pela primeira vez, sentiram-se seduzidos pelo olhar um do outro.
Os elogios mútuos não tardaram.
O clima era de encanto, enlevo, sedução, desejo, como antes nunca haviam sentido um pelo outro. Sabiam disso.
Sem dúvida era um momento especial, era um momento para resolverem tantas coisas mau resolvidas. Sabiam disso.
Dali para a Suíte Nupcial de um Motel foi um pulo, um “vapt-vupt”.

Na suíte, foram 180 minutos de puro êxtase, pura paixão, emoção, amor, carinho, carícias, compreensão, congruência de corpos, pensamentos, planos, projetos, interesses, ações, atos e fatos.
Em 180 minutos, resolveram suas vidas.
Resolveram tudo quanto não haviam conseguido superar em mais de 5 anos .
Foram as 3 melhores horas de suas vidas, capazes de sedimentar os mais de 30 anos que hoje completam juntos.
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