SONO DE CRIANÇA
José Antonio de Freitas-M.G.
Reclinada no leito
entre rendas e cetins
uma criança
começou a dormir
Dormiu e sonhou
Sonhou e dormiu.
A linfa cristalina
que ate aquele momento,
por entre musgos e seixos,
rolara, a cantar,
refletiu, num murmúrio:
“deixarei dormir a criança”...
No galho ressequido
de um vetusto carvalho,
o passarinho filosofou:
“dorme, criança, dorme.”
E a criança dormiu,
dormiu e sonhou,
sonhou e dormiu.
Poesia-ternura,
poesia-encanto,
poesia-amor,
tudo isso se vê
num sono
de criança.
|