O irmão mais novo de Renato, como vimos, foi nomeado tutor dos menores para efeito da mesada, enquanto não se dava a distribuição dos bens conforme o testamento.
José era também advogado, cuidando de questões junto à vara de família bem distante do tribunal do júri. Também ministrava aulas de Direito, mas sua fama não alcançara os píncaros daquela do irmão.
No entanto, agia de modo contrastante em relação àquele, tendo em vista que jamais aceitara clientes de má-fé, enviando-os a colegas menos escrupulosos. Por isso, quando do assassinato de Renato, diligenciou para que as investigações não arrefecessem, temendo que assassinos tão frios pudessem estar cometendo, impunemente, outros latrocínios.
Fez amizade com o Inspetor Macedo, o encarregado das diligências, acompanhando passo a passo todos os procedimentos policiais.
Adiantando-se às conclusões a respeito da cunhada e parceiro, percebeu que não deveriam estar envolvidos numa trama de assassinato, preferindo estabelecer a suspeita de que havia uma dupla de criminosos aproveitando-se das facilidades que as armas automáticas propiciam para surpreender os menos cautelosos.
Quanto ao recurso interposto por Terê contra a manifestação de vontade do falecido, não levou a sério, uma vez que o testamento estava redigido segundo as fórmulas mais corretas, dentro de cerrada citação legal. Havia, inclusive, um tópico em que ele transferia para a esposa uma pequena propriedade, um terreno com uma casinha na periferia, adquirido em época de engorda das vacas. De qualquer modo, constituiu-se advogado dos sobrinhos.
No momento em que iriam precipitar-se os acontecimentos de nossa narrativa, José ultimava as providências para que Juvenal assumisse sua parte da herança, uma vez que completara dezoito anos.
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