Com a língua
Contar estrelas
no céu da tua boca...
Uma a uma conhecê-las.
Fecundar tuas entranhas
com meus pensamentos.
Fazer cócegas na tua imaginação,
cuspir tensão na sua passividade,
tirar teu sossego,
fazê-la...
Parir fantasias!
Arrancar palavras do dicionário
da tua memória,
assim...
Como quem arranca do próprio útero
um espectro embrionário.
Avançar e retroceder,
fazer e desfazer
até que da experiência vivida
surja aquilo que você,
tenha certeza que deve ser chamado de
POESIA.
|