Além do teu corpo, de tua face imortal,
Além de desejos de ti presos no meu olhar,
Cavalgo na noite medonha do porvir
Em riste sobre meu cavalo alvo possante,
Deflorando no instante a virgem negrura...
Assim possuo-te esquiva, sestrosa quimera,
Na alcova olorosa das conivências secretas
De fadas e pirilampos que ementam magia
De tempos antigos esvaídos na aragem
Onde o amor era galante e tu eras minha dama...
Declamei-te versos em perfumes diversos,
E espinhos de mil rosas desafiei pra te colher
Na mais intima e mais divina entrega total,
Amei,inebriei-me de ti no cálice da volúpia,
E me tornei eterno encanto do teu amanhecer.
© Jean-Pierre Barakat, 4.10.2000 |