Eu vou contar aos leitores
Aqui em verso rimado,
Flagrantes da minha vida
Do presente e do passado
E também para o futuro
O que me está reservado
Meu pai era um fazendeiro
Um tanto bem sucedido
Também era boiadeiro
Um homem bem conhecido
Honesto e trabalhador
Um bom pai e bom marido.
E eu com dezoito anos
Deixei a terra querida
Como um barco que navega
Com rota desconhecida
Em busca da ilusão
Só encontrei frustração
Pelos caminhos da vida.
Eu queria ter nascido
Com o dom da poesia,
Com oratória fluente
E boa ortografia
Para ver meu nome num livro
No balcão de uma livraria.
Porém sou despreparado
Na prática e na teoria
Trago no peito magoado
O peso da nostalgia
E de tudo só me restou
Tristeza e melancolia.
Eu carrego a minha cruz
Com classe e sem reclamar
E esses versos que compus
São só para testemunhar
Que vivendo e aprendendo
É melhor amar sofrendo
Do que viver sem amar.
(*) Nasceu na cidade Monteiro-PB. Reside em São Bernardo do Campo-SP. Foi tratorista, metalúrgico. Participada AntologiaTalentos da Maior Idade da Litteris Editora/2002-Rio de Janeiro.