Eis que é chegado o momento
De retornar a este verso.;
Queria fugir a ele,
Mas já não mais sou perverso.
Eis que os versinhos que surgem
Têm a boa marca antiga:
São redondilhas maiores,
Medida mui minha amiga.
Queremos que o médium saiba
Estarmos aqui contente,
Desejando aproveitar
Este contacto da gente.
Aos poucos, os versos vão
Formando-se nas quadrinhas.;
Assim, nosso coração
Se ajeita em todas as linhas.
Eis que o triste desespero
De repetir este tema
Jamais irá resolver
O nosso grande problema.
Conhecemos os limites
Que se põem aos nossos versos.;
Por isso, vamos tratando
De não fazê-los perversos.
Voltamos de novo à rima
Que maltrata os nossos versos:
Duas vezes logo acima
E nestes versos perversos.
Só queremos agradar
O “ego” do bondoso irmão,
Que nos irá festejar,
Dentro de seu coração.
Não foi fácil de dizer
Que as coisas não iam bem.;
Mas o que vamos fazer,
Nesta terra de ninguém?!...
São versos estes que faço
Sem inspiração alguma,
Entretanto, vou contando
As sílabas, uma a uma.
Só desejamos dizer
Que agora a festa persiste,
Tudo porque nosso médium
Pensa, hesita e não desiste...
Fazemos os nossos versos
Com mui poucos materiais:
São palavrinhas do dia
E pensamentos banais.
Queremos dizer agora
Que estamos compondo rápido,
Tão depressa que, talvez,
A rima saia mais “rápido”.
Esfreguei o meu nariz:
Pura precipitação!
Foi tão-só porque eu não quis
Pensar na terminação.
Eis aí, bom amiguinho,
A nossa lição do dia.;
Fique agora bem tranqüilo,
Perante tanta “poesia”...
Mas sinto ter de dizer
Ser tudo imaginação,
Pois os versos que componho
Não brotam do coração.
Qualquer dia ainda dou
De mim o melhor recado,
Examinando o que sou
E o que faço deste lado.
Alegra-se este escrevente
Diante de tantos versos:
Será que pensa o amigo
Que já não serão perversos?
Me perdoe a brincadeira
De repetir sempre a rima:
É p ra tornar mais feliz
Do nosso ambiente o clima.
Cansa o nosso bom amigo
Com os versos que fazemos.;
Deseja brigar comigo,
Mas controvérsias não temos.
O treinamento do dia
Foi só p ra nos dar a ver
Se ficamos afiados,
Ou se estamos a dever.
Finalmente, o meu amigo
Irá concordar comigo
Que tudo caminha certo.
Eis que chega a minha hora
De partir, de ir embora:
Vou ver se o caminho acerto.
Vamos, pois, agradecer
Aos mentores e juízes
Todo o auxílio que prestaram.
Agora podemos ver
Onde estão nossos narizes
E o mais que nos revelaram.
Complica-se a minha rima,
São mais puros estes versos.;
Mas a lição lá de cima
Me lembra dos mais perversos.
Como é gostoso fazer
Que o médium possa entender
Onde exatamente vamos!
Ele escreve estes versinhos,
Bem simples, pequenininhos,
Mas nós... nós nos espantamos...
Ao Pai nós agradecemos
Este dia tão feliz,
Pois sabemos que fizemos
O que o médium sempre quis.
Bem satisfeito co a estima,
Vai-se agora despedir.;
Deixou preparada a rima
O nosso bom Wladimir.
Por mim, o tempo é chegado
De ao meu treino pôr um fim,
Mesmo que o último brado
Tenha esta rima chinfrim.
Se ficar aqui escrevendo
Sem parar, o nosso irmão,
Vai ficar com a mão doendo
E sem paz no coração,
Pois são fáceis de fazer
E mais fáceis de escrever
Estes versos de improviso.;
Por isso, querido amigo,
Não fique triste comigo,
Se lhe pedir mais juízo.
Vou saindo devagar,
Impedindo que a tristeza
Ocupe este meu lugar,
Bem junto aqui desta mesa.
Adeus, pois, querido irmão!
Retenha no coração
Deste amigo o seu aviso:
Volte outro dia qualquer,
Seja como Deus quiser,
Pois “navegar é preciso”.
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