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Erotico-->5. PAI BENEDITO -- 03/04/2003 - 06:50 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

As atividades escusas de Juvenal, se bem que disfarçadas para o pessoal de sua residência, não poderiam ser desconhecidas do guia espiritual do centro espírita freqüentado por Francisca. Como não cabe aos espíritos revelar a uns os segredos dos outros, passou a entidade a advertir a velha serviçal para o fato de que, se não protegesse Lutécia, em breve ela se veria envolvida em problemas de vida e morte:

— Mecê, irmã Chiquinha, dizia ele pela voz da médium de que se servia, num deve de esquecê de falá pra ela pra lê os livro que mecê tem. Eles vão fazê que ela respeite a vontade de Deus e vão fazê que ela tenha mais amor por toda a gente. Fique certa, zim fia, que nóis vamo olhá por mecê e por ela e pelo moço.

Não entendia Francisca tanto interesse pelas pessoas daquela família, perguntando, no fundo do coração, se não se tratava dos cuidados do falecido.

Como que lhe fosse respondido telepaticamente, vinha-lhe ao pensamento a nítida idéia de que os jovens, se dependessem do velho senhor, não receberiam cuidado algum espiritual, lembrando-se ela de que nunca vira o homem, depois que enviuvou, entrar em qualquer igreja, templo ou tenda de umbanda.

Pai Benedito, na verdade um espírito bastante evoluído que adotara o estilo de preto velho para se afinar com o nível de expectativa das pessoas que freqüentavam aquele centro, acompanhava as peripécias da vida de Juvenal desde que fora apresentado a ele na primeira reunião mediúnica a que fora levado por Francisca. Fora ele também quem avisara para que se evitasse a ida de Lutécia às sessões, sabedor de que estava dotada de uma faculdade mediúnica delicada, que precisava ser desenvolvida através do conhecimento teórico do fenômeno e das conseqüências físicas e morais para a pessoa que se dedica à intermediação entre vivos e mortos.

Guia da casa de atendimento espiritual, entrou em contato com os espíritos familiares do moço quando este iniciou sua carreira criminosa. Logo soube que se tratava de um espírito rebelde, cuja história explicava amplamente o desprezo atual pela vida humana. Soube também que, como os asseclas no campo material, existiam muitos espíritos inferiores que o cercavam e que impediam a atuação dos que desejassem exercer sobre ele uma influência positiva.

Experiente, Pai Benedito não estranhou que se afastassem as entidades benfeitoras, tendo em vista reconhecer que Juvenal, realmente, não pertencia àquele círculo, nele sendo admitido pelos espíritos superiores, com certeza para receber um influxo diferente de vibrações, no intuito de que pudesse discriminar forças antagônicas em luta, pela primeira vez respeitando os impulsos provindos de pessoas com maior equilíbrio perante as leis universais.

No entanto, precisou ser gerado por alguém que, de certa forma, consentisse em estabelecer vínculos fluídicos com ser de tanta perversidade. Teresa, sem pertencer espiritualmente à mesma categoria de Juvenal, também havia provindo das trevas, conforme viu claramente o protetor do terreiro, e estava em condições de dá-lo à luz terrestre.

Quando orientava sua amiga encarnada, recebia Pai Benedito uma força moral que sabia provir de esferas superiores, o que o incentivava a prosseguir nas advertências mediúnicas, veículo que considerava o melhor para estimular Francisca, desenvolvendo, em seguida, uma série de pensamentos que ela pudesse atribuir a uma fonte de inspiração, a uma espécie de intuição colhida no fundo do inconsciente.

Naquela semana, Francisca criou coragem e apresentou à mocinha um exemplar antigo de “O Livro dos Espíritos”, dizendo que fora o próprio guia do centro quem pedira para ela ler.

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