ALMA QUE MEU CORPO
ABRIGA
Que alma será esta
Que meu corpo guarda?
Abre-se como uma rosa
Mostrando-se formosa
Mas tão fácil é despetalada
No rajar de um vento forte
Meu corpo a ela abriga
A mim ela se mostra
Tão forte e destemida
Como um aço nobre.
Como o cristal de uma taça
Também ela se mostra
Transparente e frágil
Quebrando-se num toque
Em mil pedaços.
Ela brinca como menina
Na roda que a inspira
Corre, pula, se esquiva,
Cai e levanta-se atrevida.
Como mulher é de vida ativa
Impõe, se doa e ama.
Vivendo tão dividida
Nesta Ciranda da vida.
Assim é a alma, que vive neste corpo
Mudando com o tempo,
Deixando-se levar ao vento,
Morrendo por alguns momentos,
Renascendo-se forte,
Florescendo-se madura
Sonhando eternamente.
E em sua insistência
Vive!
Por amar muito a vida.
Cleide Yamamoto.
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