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| Poesias-->Voar -- 27/09/2003 - 00:26 (Carlos Frederico Pereira da Silva Gama) |
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Dias a fio, céus cristais
Sobre a mira de meus olhos
Observo-os sem pressa
Como um homem dentro
Do pesadelo
O torpor de não alcançá-los
Amassa em minhas mãos um papel
Cultivo um prazer impossível
Como as mais belas rosas
Dos quintais alheios
Um suspiro pode significar
Um beijo bem dado – lembrado
No meu caso há dúvidas
O céu ninguém beijou
Mas a saudade é a mesma
Clamo ao sol, lumiar pontual
Não se ponha enfadado
Deixe estar as nuvens turvas
Negras cortinas não têm frestas
Nem escondem meu blues
Haverá um dia, qual seja
Ao vento declaro, inconsequente
Capturo um cometa fugidio
Nas mãos um sonho liquefeito
Derretido entre estrelas – chuva
Assim feito retorno à mãe terra
Aos vulcões da paixão, adormecidos
Por entre as raízes dormirei
Embalado pelo mistério noturno
Um pequeno coração feliz
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