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Erotico-->4. O PROFESSOR RENATO -- 02/04/2003 - 08:59 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O pai dos jovens fez carreira na advocacia e no magistério jurídico, ganhando muito dinheiro.

Casou-se ainda acadêmico, apaixonado pela frágil jovenzinha que conhecera nos saraus das famílias abonadas da vizinhança, mas, dois anos após se haver formado, perdeu-a num acidente de trânsito, de que ele mesmo saiu muito ferido.

Restaurado fisicamente, nunca mais aceitou os reveses da sorte, pretendendo ele próprio formular o seu destino. Mais de vinte anos viúvo, veio a enamorar-se por uma jovem que lhe lembrava a figura da primeira, mas de casta inferior, que arrebatou ao meretrício, levando-a ao altar, dando-lhe nome e condição social.

Com Marilu, Maria Lúcia, a falecida, viveu um sonho de amores. Com Terê, Teresa Severina, viveu um pesadelo de lubricidade. Mas Terê lhe deu os dois filhos, os quais portavam os traços formosíssimos da mãe.

A fogosidade da moça não combinou com a idade do professor, de sorte que, passado um período de extremo sacrifício para o senhor, derivou a rapariga para entretenimentos com homens mais jovens, até que se deixou seduzir por um rapaz de boa condição financeira, com quem foi viver ostensivamente.

Renato não sentia um profundo rancor pela mãe de seus filhos, porém, à vista de estar com uma idade que prometia deixar os filhos na menoridade quando viesse a falecer, fez deles seus herdeiros universais, com tutoria de seu irmão mais novo, José, isto tão logo compreendeu que Terê, industriada pelo companheiro, não lhe cedia o divórcio.

Alheio ao desenvolvimento dos filhos, imergiu na mesma vida de dissipação que tivera antes de conhecer Terê, aposentado já do magistério, mantendo tão-só o escritório de advocacia, através do qual a vida toda defendera pessoas gradas acusadas de crimes do “colarinho branco”.

Quando chegou ao etéreo, foi acolhido de imediato pelos parentes e por Marilu, que o internaram numa colônia de atendimento às vítimas da violência urbana.

Mas era como se não lhe acontecera o trespasse. Mentalmente, continuou Renato, como nos sonhos que parecem realidade, a realizar todos os atos de sua vida terrena, recordando-se perfeitamente do momento em que foi alvejado, enquanto dirigia seu carro, por dois projéteis disparados pelo carona de um motoqueiro, ambos com as cabeças encapuzadas.

O que ocorreu, na verdade, foi que o assassino conseguiu entrar no carro, levando-o para seus fins, servindo-se dele os meliantes para a fuga de uma série de assaltos, até que o abandonaram “depenado” num terreno baldio.

Para Renato, nada disso aconteceu. Parecia-lhe que os desafetos se afastavam, enquanto ele os perseguia, misturando, de início, todas as pessoas de sua longa vida, em acontecimentos que elegiam somente os mais trágicos. Finalmente, nos últimos tempos, tendo perdido de vista os autores do crime, passou a configurar situações que justificassem um ataque à vida sem o fito do assalto.

Misturava Terê e o companheiro aos clientes, buscando justificar a atitude como último recurso para conseguirem a herança, momento em que as figuras dos filhos lhe apareciam, não com a idade que tinham por ocasião do desenlace, mas crianças ainda, com a idade em que a mãe os abandonara.

No momento em que se inicia a nossa história, Renato, pela primeira vez, reconhece que está internado num hospital, sem, contudo, caracterizá-lo como uma dependência de outra realidade.

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