Andarilhos
maria da graça Almeida
De querença em querença,
passo a vida inconformada,
quem me der a sua bênção
verá que não sou errada.
Queria um verso pungente,
a traduzir desvarios
dos que caminham carentes,
sem rumo, rota ou destino.
Queria no chão que palmilho,
reconhecer andarilhos
e saber se esses meninos
são a ira do Divino.
Queria de cada mito
o alívio da dor do povo
e enterrar os velhos ritos
para ver um mundo novo.
De querença em querença,
passo a vida inconformada,
quem me der a sua bênção
verá que não sou errada.
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