espaço, centro de luz e verso,
teu olhar às vezes penetra a escuridão
de onde aquele amor ainda escorre algo
mas é sempre perigoso ter mãos que
apalpam o vento, ou o fogo que queima
teus peitos e lábios sedentos de mim.
parênteses de gozo e passos dados no infinito
vê-se que hoje somos loucos, ontem somos
velhos, amanhã somos passados.
eu quero ainda inventar teu espasmo oculto
que revolve-se no chão em últimos suspiros
nada dessa noite, enfim, restará,
e nossos corpos poderão descansar
dos embates cujo vencedor o nome
o vento leva, e leva-nos pra onde o tempo inexiste...
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