Eis a turma aqui, de novo,
Prontíssima p’ra servir
De modelo para o povo,
Pelo amigo Wladimir.
Queremos deixar bem claro
Que temos todas as pressas,
Porquanto, hoje em dia, é raro
Não terminar às avessas.
Bem depressa chega a hora
De abandonarmos o posto.;
Aí outro ser de fora
Virá trabalhar com gosto.
Parece ao caro irmãozinho
Que as coisas vão ajustando.;
É que não está sozinho,
Enquanto vai trabalhando.
Estamos muito contentes,
Com o trabalho do dia.;
As coisas são diferentes:
O resultado é poesia.
Vamos ter de oferecer
Ao braço de nosso irmão
Um empuxo diferente,
Mas que traz satisfação.
Esteja alerta, irmãozinho,
Preste bastante atenção,
Pois o compasso dos versos
Vai seguir o coração.
Muitas vezes, prometemos
Terríveis alterações,
Mas, no fundo, o que queremos
É compor outras lições.
Eis que a frase nos compraz,
Perfeita em seu andamento,
A nos trazer muita paz,
Um pouco a cada momento.
Não espere muita coisa
Desta turma de noviços.;
É que estamos só tentando
Compreender nossos serviços.
É bem fácil a leitura
Dos versos que se desdobram,
Porém, p’ra sua feitura,
São diversos os que obram.
Hoje o dia favorece
A compor muitas quadrinhas,
Mas o temor permanece
No completar destas linhas.
Veja só, querido amigo,
Como é fácil de escrever,
Recebendo só ditados,
Nada tendo de acrescer.
Entretanto, o bom leitor,
Ao receber estes versos,
Não vai sentir o calor
Destes climas adversos.
Refugou o bom amigo
O verso em que se dizia
Que estar a viver comigo
Era falta de harmonia.
Entretanto, aqui insistimos,
Até lograr o ditado,
Já que não temos coragem
De deixar tudo de lado.
Será correto entrever
O grande dia em que vamos
Deixar o amigo escrever
Somente o que lhe ditamos?
Pois está próxima a hora
De terminarmos o treino.;
Aí vai o medo embora,
P’ra chegar do bem o reino.
A quadrinha logo acima
Demonstra, com proficiência,
A falha de nossa rima
E esta enorme deficiência.
Vínhamos vindo tão rápidos,
Contudo, nós esbarramos
Com versos mui complicados:
Agora quase paramos.
Não fosse a boa vontade
Deste amigo que nos serve,
E teríamos perdido
O pouco de nossa verve.
Vamos retomar aos poucos
A suavidade anterior,
P’ra não pensarem que loucos
São os que lhes têm amor.
É preciso ter coragem
P’ra se dispor ao trabalho,
Vendo que muita bobagem
Se ornamenta deste orvalho.
Chegou a hora do adeus,
Da sentida despedida.;
Lembremo-nos, pois, de Deus
E agradeçamos a vida.
Saibamos compreender
Que todo mister tem fim.;
Duro seria conter
Tanta dor dentro de mim.
Agora vamos embora,
Chegou ao fim mais um dia.;
A turma já está senhora
Das manhas desta poesia.
Pedimos, pois, ao escrevente
Que salve as quadras do dia,
E se despeça da gente,
Sentindo muita alegria.
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