TRISTE LUGAR
Eram vultos
Não via seus rostos.
Eram mãos estendidas,
Pedindo socorro.
Em fileiras estavam deitados,
Todos em camas frias.
Ouvi tantas vozes
Naqueles corredores,
Em bocas que eu não via.
Um após outro,
Chegavam
E eu só assistia.
Pobres vultos,
De dor sofriam
A espera do alivio.
Lugar triste que me deprime.
Vi seres que pela vida sorriam,
Hoje, ali... Só sofriam.
Como o corpo é frágil,
As dores não resistem
Entregam-se, desfalecem,
Até a alma ser atingida.
Então elas clamaram
E eu as pude ouvir
Naquele surdo grito de dor
Gritavam... Alivia-me!
Num gesto de amor.
Cleide Yamamoto.
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