A luz do luar prateado
Escorre sobre teu rosto,
Iluminando teu semblante
Com invulgar esplendor.
Teu colo perfumado
Exala o aroma dos campos,
Plenos de verde e frescor,
Que se espalham pelo ar,
Pelas montanhas, pelo mar.
Olhos úmidos, lábios intumescidos
Sabor de pêssego róseo
Pelo sol amadurecido
Não há o que resistir,
Não há o que pensar.
A entrega é inevitável,
Completa, total.
Nada sobra, nada falta
Nessa comunhão de corpos
E de almas que se entrelaçam,
Se interpenetram
Além dos limites conhecidos.
O tempo não existe
Não há qualquer outro momento
Senão o da fusão
Estonteante, febril, atemporal.
O espaço não existe
Ou é todo nosso.
Sem limite dimensional,
Flutuamos, nada vemos,
Tudo sentimos. Vivemos.
|