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Poesias-->Pelada -- 31/08/2003 - 20:14 (Ernane Calado de Souza Melo) |
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Pelada
Bola que rola
De pé em pé
Ginga de corpo
Dança, balé
Joga pro time
Não embola
Parece que cola
Presa no pé
Solta a bola e corre
Feito bala
Perdida
Que vem do morro
Que vem do asfalto
Um tiro
De meta
Um gol, um assalto
Na esquina
Do tempo que corre
Que vive, que morre
O time que ganha
O time que perde
A vida que perde
Que bela façanha
A noite que vela
Queimando no chão
Não cabe o caixão
Chutou de trivela
Que bela e a fera
Acabou a novela
Vamos todos em fila
Pelada na vila
Pelada na praia
Não fuja da raia
Vê se não vacila
Cerca por um lado
Que o outro é meu
A grana tá curta
Não fuja da luta
Você não morreu
Ainda
Que mais cedo
Na tarde
Fogueira que arde
Já anoiteceu
Café já no bule
Na brasa, no fogo
Que queima, que dói
Salte alto e pule
Faz parte do jogo
No mar me afogo
O fogo corrói
Não me xingue
Nem me adule
Sou amigo do peito
Mas você não tem jeito
Já vai acabar
Não dá pra aturar
A pelada de novo
Sem roupa e com frio
Me dá arrepio
Em te ver assim
O que será de mim
Se perder o jogo
Me queimei com fogo
Preciso parar
Não sei se chegar
Está tudo acabado
Não fique parado
Preciso de ajuda
Silente e muda
De nada adianta
Acorda e levanta
E busca socorro
Senão sei que morro
Ou asfalto também
Quanto mais não seja
Que Deus me proteja
Para sempre. Amém
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