Agitar das águas, suaves faíscas azuis
Cristais de momento, curvas sem fim
Fluem lágrimas do rosto líquido
Banhado à chama do sol poente
Os ecos distantes de mil naufrágios
Se fazem sentir pela superfície nítida
Naus submersas e velas ao vento
Curta...distância...os separa
Segurando, seguras seguem correntes
Rasgando os véus e as velas, os ares
Homens temem o abismo, a fúria
O temor ancestral ao deus dos mares
Rochedos em fúria, ondas sem fim
Morre o sol, a sombra se retira
Lanças líquidas avançam sobre a nau
E cânticos sagrados são entoados
Céu – gritam – poupe-nos da fúria do mar
Acalmai a tormenta, não nos fazei mal
É no mar que o céu se espelha
E nele, portanto, o sagrado habita
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