Víbora no Cesto de Frutas
Pedro Augusto Pinho
A leitura de “Em desmanche”, de J.R.Guzzo, da cúpula da Editora Abril, mostra clara e insofismavelmente o objetivo do sistema financeiro internacional, que abrevio “banca”, de demolir o Estado Nacional Brasileiro.
Este objetivo da banca coloca-a, por exemplo, em oposição a Donald Trump, que tem se desdobrado, com a mídia antagônica e o estado aparelhado desde Reagan, especialmente pelos democratas, para conseguir os êxitos que são objetivo de todos os governos: emprego para os nacionais e desenvolvimento econômico, base para o desenvolvimento social. Na coluna Fatos & Comentários, de Marcos de Oliveira, no Monitor Mercantil (30/11/2018) lemos que a taxa de desemprego nos Estados Unidos da América (EUA) está em 3,7%, “o menor índice em 49 anos” e que atua para a melhoria da situação estadunidense a “diminuição dos impostos para a classe média e do imposto de renda para empresas”.
Os objetivos nacionais permanentes - progresso, integração nacional, integridade do patrimônio nacional e, a tão necessária em nossos dias, paz social - só são possíveis com o Estado Nacional forte e soberano.
Enumerar os desacertos do Partido dos Trabalhadores (PT) e atribuir a solução ao fim do Estado Nacional é promover o PT. Veja a frase: “ou o Brasil progride, cria riquezas, cria empregos, gera e distribui renda com o desenvolvimento da atividade produtiva, ou tem o trem-bala do Lula e Dilma”. Creio que José Dirceu não encontraria maior elogio a seus companheiros. Um poder quase divino para iniciativa despicienda do PT.
O que fizeram, em especial o governo Dilma, foi agir como a banca desejava. Isto é tão óbvio que toda estrutura de administração do Estado foi mantida por Temer. E vinha desde Fernando Henrique Cardoso.
A França de hoje é bem um exemplo do que a banca provoca e nem vai em socorro de seus agentes. O mesmo se dá com a Argentina.
O que se espera do Governo Bolsonaro é a reconquista do Estado Nacional, eliminar a víbora que o mata.
Para início, o restabelecimento dos PNDs (Planos Nacionais de Desenvolvimento) que promoveram o maior desenvolvimento do Brasil no curto tempo de dois mandatos presidenciais (Médici e Geisel). Sem planejamento não há como aferir o atingimento de metas, controlar sua execução e poder interferir antes de desvios, evitando o insucesso. A duração de um Plano, como os PNDs, deve ser a mesma de um governo. Tanto que o I PND teve apenas três anos, pois foi aprovado durante o Governo do Presidente Emílio Médici. O II PND cobriu o Governo do Presidente Geisel (1975-1979). Os Planos devem ser aprovados por leis específicas, como os citados.
Depois o fortalecimento dos órgãos públicos, em especial as Forças Armadas que em todo mundo, inclusive nos EUA, puxa os investimentos em ciência e tecnologia, que são bens nacionais e não para especulação em mercados. Já imaginou extinguir um órgão de pesquisa em energia nuclear ou mesmo de transmissão de energia e responder por apagões? Fragilizando o Estado e, em consequência, todo setor produtivo que ele acolhe?
Concluindo, o autor frauda a verdade ao afirmar que “50% de todos os gastos federais vão unicamente para a previdência social”. De acordo com os dados do Senado Federal, do orçamento executado em 2017, os três maiores itens de dispêndios foram: juros e despesas financeiras (39,70%), previdência social (25,66%) e transferências a Estados e Municípios (8,68%). Para a defesa nacional foram destinados 2,54% e para ciência e tecnologia 0,25%.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
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