O CANTO DAS ÁGUAS SE CALOU
De cima da ponte,
Observo o rio que passa calado
A água já não canta sobre as pedras
E o som que me acalmava os nervos, se calou
Os animais foram expulsos da água
Pelo lixo dos humanos, e pela degradação da sociedade
E onde corria um rio caudaloso
Corre a ignorância que provocou a desolação
Água limpa, pura e casta, e árvores no seu entorno
São apenas vagas lembranças
Porque o ser humano que não quis respeitar a natureza
Agora morre de sede, e sem esperanças
De voltar a viver
Cercado de córregos, lagos, rios e nascentes
Que são privilégios de lugares mais distantes
Das grandes cidades, com seus sobreviventes
Somos água
Infelizmente, por não a preservar
Decretamos nossa própria morte
Porque...
O canto das águas se calou
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