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Artigos-->A DIVISÃO DOS HOMENS -- 21/10/2018 - 09:26 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Andei como só os vagabundos andam, não tinha ilusões, não tinha destino, andei por andar. Nestas andanças sem rumo vi gente de todo tipo, vagabundos pobres e ricos, favelados e moradores de mansão; vi a divisão dos homens e os desencontros de todos os dias.

É fácil perceber a divisão dos homens, eles se dividem pela cor, religião, cultura e volume do bolso. Para alguns o cartão de crédito é o melhor documento de identidade. O aspecto físico também diferencia, uns tem cara de fome e são na maioria, doentes assíduos frequentadores das filas do SUS, outros com caras alegres vivem de barriga cheia e alimentam seus cães com iguarias que a maioria das pessoas gostariam de ter para não morrerem de fome. Pobres e milionários se misturam na mesma caminhada e raramente se cruzam, cada um segue seu caminho, ambos pensando no dinheiro. Os ricos, a parcela infinitamente inferior, vive preocupada em ganhar mais, e muitos fazem do pobre o trampolim para alcançar seu objetivo, (Graças a Deus não são todos). A maioria, a grande massa dos que nada possuem, e os que estão no limiar da miséria vão tentando dar um jeitinho de descolar alguma coisa para matar a fome.

Hoje não tinha médico no posto!

O que vou comer?

O que vou vestir?

Não tenho para a condução!

O gás acabou!

Este é o diálogo travado a todo o momento pelos partidários da fome, e só Deus sabe o quanto este partido é numeroso.

E ninguém toma providência.

Inventaram um monte de tíquete disto e vale daquilo, que invariavelmente são distribuídos a troco de voto.

Estou com fome!

Quantos meninos e meninas não foram surrados ao pronunciar esta frase? E nós falamos que o pai e a mãe são estúpidos, não estamos no lugar deles quando ao receberem seus salários percebem que mal dá para pagar o aluguel. Quando o filho sai para esmolar dizemos que é um absurdo, mas quando o pai ou a mãe se humilham esmolando para matar a fome dos filhos, somos os primeiros a chamá-los de vagabundos dizendo que são fortes e podem trabalhar.

Pedir esmola...

Pedir pelo amor de Deus!

Mesmo em nome de Deus, não existe nada mais humilhante.

O problema é que o ser humano se acostuma até com o que humilha.

Fome!

Alguns de nós ao chegarmos em casa na hora do almoço, já recebemos a notícia que não foi feito porque o gás acabou e não tinha dinheiro para comprar?

Alguns dizem: Porque não catam uns gravetos e acendem um fogo?

Como e onde fazer isso todos os dias? Alguns de nós já fomos para cama tentar dormir, sem sequer ter tomado um cafezinho durante todo o dia?

Ficamos indignados quando a televisão joga na nossa cara a imagem dos famintos dos países mais pobres.

Eles existem.

Os países.

Os famintos.

Neste país do desperdício não é precisa ir longe, bem na nossa porta tem alguém passando fome e não adianta mutirão para arrecadar alimentos; isso é como febre, passa logo, é preciso dar dignidade e condição de vida para que o nosso povo pare de viver de esmola.

FOME.

Esta palavra já deveria há muito estar banida dos dicionários, existem terras a cultivar, campos abandonados, e os homens fabricando armas. Constroem robôs e substituem o ser humano por uma máquina idiota que não pensa, projetada para atender o apelo da indústria. É preciso diminuir o custo da mão de obra, buscar de toda maneira diminuir o custo dos manufaturados que aumenta o lucro. Em contrapartida os custos sociais com o desemprego e o desamparo do trabalhador vão produzindo mais miseráveis.

A tecnologia não veio para facilitar a vida do pobre, e sim para substituí-lo.

Os ricos não se preocupam com o amanhã, promovem festas e gastam rios de dinheiro em promoções que em nada valorizam o ser humano, fazem isso apenas para ficarem em evidência nas colunas sociais.

Os pobres vivem de esperança.

Esta é uma das raras vezes que os homens se encontram.

Todos nós vivemos de esperança.

E a esperança é Deus, que sempre nos mostra por parábolas que a estrada para a luz precisa ser percorrida por todos, e que a intensidade do brilho desta luz vai depender da maneira como nós tratamos o nosso semelhante. E que para não sermos ofuscados por este brilho precisamos diminuir a distância que nos separa dos irmãos, para quem sabe um dia, poder ser acolhido no abraço da ternura que nos criou à sua imagem e semelhança.

Que no relacionamento de amor, a palavra dividir seja usada para repartir os bens.

Que no relacionamento da fraternidade todos se sintam incomodados quando um irmão estiver passando fome ou sofrendo qualquer tipo de humilhação

Que não haja mais divisão entre os homens.

Que nenhuma criatura se sinta maior ou melhor que a outra.



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