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Poesias-->CONSCIÊNCIA DE MIM -- 16/08/2003 - 05:20 (MARIA PETRONILHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos














todos os objectos,

são meros brinquedos

para me distrair

da alma,

para me abster de senti-la

a toda a hora

esforçada

a doer.



Porque dói tanto a alma?



E brinco com as coisas

que os outros acham sérias

tolas

meras coisas efémeras

praserezinhos

guloseimas emocionais.



Para mitigar a dor que mais dói,



eu brinco de administrar a casa

de cuidar da roupa

de enfeitar paredes

de ajardinar os móveis

de dispersar jóias

e que se lixem as coisas!



Eu quero é matar a dor

da alma. A alma lhe chamo

porque não sei

que nome tenho!







Olham e acham que não penso

que não meço

que disperdiço...

Lérias!



Quadros, roupas, casas, fazendas,

são coisas.

E as coisas são objectos.

E os objectos brinquedos.



Não consigo envelhecer

e nunca na vida tive

brinquedos a sério,

como os outros.

Mas muitos, muitíssimos

brinquedos inventados.



Há os seres, claro,

mas esses...

são dos meus olhos os lagos

espelhos

onde espalho

meus brancos diamantes

do indescritível amor.



Rebentaria de mim

se não pudesse acarinhar algo que

me reconhece

e me afirma diáriamente

que estou viva.



A única brincadeira

que brinco a sério

é escrever

para me libertar de mim.

Mas se o não calo mais,

como calei,

vejo no olhar dos outros

que é feio

falar-se disso

mostrar-se isso

como dantes

não se falava de sexo

nem de como nascemos

e nos era obstinadamente exposto

como morremos!





2000

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