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Poesias-->O Poeta e o Amor - Rosário de Sonetos -- 07/08/2003 - 21:01 (J osé Ferreira (Zéferro)) |
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O Poeta e o Amor
Zéferro, 10/06/2003.
A linguagem do Amor
Somente um poeta apaixonado
consegue traduzir o que é o Amor,
buscando no seu verso inspirado,
falar de alegria e de dor!
Pois é seu coração a lira ardente
que canta o suave sentimento
ou brada alto aos céus em verso quente
a dor que por acaso é seu tormento!
É esta a linguagem do Amor
que fala bem direto ao coração
e mostra do Poeta o esplendor
Pois ele foi de Zeus o escolhido
pra dar beleza à sua criação:
Herói, eternamente ele é rendido!
A doçura do amor
Herói, eternamente ele é rendido!
No enlevo que o leva a levitar,
que mostra o esplendor a ser haurido
que existe no viver só para dar!
Pensar que existe alguém que nos inflama
e deixa a nossa alma em contrição,
eternamente acesa a nossa chama
levada ao altar d’adoração!
Não há como a magia da ternura
capaz de acalentar mais brava dor,
de todas sensações é a mais pura
E assim vive enlevado o poeta,
cantando a alegria do Amor,
entregue em oração à sua dileta!
3. A tortura do amor
Entregue em oração à sua dileta,
pois ela conquistou-lhe a vida e a alma,
deixando-o sofrer qual cão sem dono,
trazendo-lhe alvoroço em vez de calma!
Os dias são rosário de tristeza
As noites são abismo de agonia
Os olhos não enxergam mais beleza
O peito não mais infla de alegria
Oh musa que causaste este sofrer:
Por que não te apiedas do Poeta
de quem és a razão para viver?
Oh peito, como sofres tão ferido
na dura crueza desta fera seta,
e não lhe resta mais que esse pedido!
Para ser um Amor verdadeiro
E não lhe resta mais que esse pedido:
o Amor a vida venha lh inundar!
O peito doará assim cedido,
fará nele da musa o altar...
Já disse outro poeta inspirado,
será ele infinito enquanto dure,
a grande inspiração do apaixonado,
e não há aflição que ele não cure!
Será ele motivo de ventura,
sofrer só amargura o coração!
Desprezo também é pena mais dura!
Empana a verdade mais concreta:
O Amor deve trazer exaltação!
E com ele a vida é completa!
Fidelidade no Amor
E com ele a vida é completa,
pois por grande que seja o coração,
beleza é dom de que está repleta
da musa que lhe toma a razão!
Doçura no olhar que o fulmina
ofusca e o deixa ensimesmado.
Assim é a paixão que o domina:
Clarão pra fazê-lo iluminado!
Só uma basta não há que buscar!
O sonho mais dourado é real:
Já está a cornucópia a transbordar!
Pois quando se está apaixonado,
amando, vai-se ao rumo do fanal!
O Poeta já está acompanhado!
Eternidade do Amor
O Poeta já está acompanhado
do amor que lhe domina o coração.;
irá viver pra sempre a emoção,
senhora do vivente enamorado
Os versos que borbulham de sua pena
dirão da eternidade do sentir.
Sua lira vibrará em gloria plena,
sabendo que sua musa vai ouvir!
É doce o cantar para a amada,
dizer-lhe com os olhos marejados
o quanto sua voz ‘stá embargada!
Se queima dentro em si ardente flama,
fazendo as horas irem apressadas,
depende só daquela que ele ama!
Amor e amizade
Depende só daquela que ele ama,
mas há também parcela de verdade
no dito que o fogo de uma cama
precisa abrandar na amizade!
Os dois vão transformar-se em parceiros,
e onde era paixão agora há riso.;
pra serem os amantes companheiros.
Ou cedo um juiz será preciso!
E o fogo da paixão em meio à paz
Irá erguer o amor em firme rocha.
Sentir não será mais algo fugaz!
O Poeta cantará iluminado,
terá pois no Amor a sua tocha,
pra ser deus ao Olimpo elevado!
A mulher amada
Pra ser deus ao Olimpo elevado,
carece ao Poeta um canto ardente!
Somente poderá ser inspirado
na musa que lh’inflama o estro quente!
É ela a mistura divinal:
pecado em um anjo sonhador:
será pura, tão pura qual vestal,
fogosa como ninfa no amor!
Será a companheira da labuta,
eternamente bela ao Poeta,
fremente se na cama ou na luta!
Por ela a gloria ao Poeta aclama,
ventura que lhe faz fruir concreta,
vencer do negro Inferno a rubra chama!
A mulher e a Poesia
Vencer do negro Inferno a rubra chama
é mais leve s’existe a magia
que vem para o Poeta de sua dama,
vestida com as vestes da Poesia!
A musa do Poeta representa,
de Érato, a graça e o encantamento.
Ao verso do Poeta acrescenta
beleza, cor e luz e sentimento!
Mas ela tem também a sua lira!
Se canta, a doçura ao mundo lança
escudo que não deixa que se fira
o Poeta, no embate de sua liça.;
embate que transforma em bela dança,
meu canto aqui proclama com justiça.
A poesia da mulher
Meu canto aqui proclama com justiça
louvando a mulher na Poesia
é ela tão sublime e tão castiça
esparge em seus versos a magia
Que só tem se é mãe, esposa e amante,
e guarda em seu peito os sentimentos
do modo mais suave e galante,
bordando de ternura os momentos.
Dá ela à Poesia uma doçura
que o homem nunca pode alcançar
e a ela vai, em busca da ventura.
Pois é ela a fonte mais discreta
e assim, a ela só nos resta amar:
Mulher inspiradora do Poeta!
O Amor à Humanidade
Mulher inspiradora do Poeta!
Também tem a missão maternidade.
Com ela ele aprende a lição reta
do amor por toda vasta Humanidade!
É o dom de compartir o sofrimento,
ventura, dó, tristeza e alegria.;
querer dar o abrigo e o alimento,
lutar contra a guerra, a tirania.
Se houvesse não guerreiro, mas poeta,
seria o amor em vez de guerra,
justiça reinaria como a meta!
Aqui eis é a verdade inteiriça,
que a bela Poesia sempre encerra,
pois ela é quem torna humana a liça!
O Amor ao Irmão
Pois ela é quem torna humana a liça!
Levando ao Amor pelo irmão.;
Curando a desgraça da cobiça
em vez abrindo o peito em doação!
Assim foi que Jesus nos ensinou
e deu-nos sua vida pra mostrar:
àquele Irmão que Deus a nós doou,
compete-nos somente muito amar!
Eis pois, é pela força da Poesia,
do Amor que nos adoça o coração,
que iremos nós ao Éden belo dia...
E ao Pai, que é sobre todos adorado
ouvir-se-á vibrante louvação
do Poeta, este ser abençoado!
O Amor ao Pai
Do Poeta, este ser abençoado!
Que o Pai abençoou com todas graças,
ouvir-se-á louvar apaixonado
Àquele que nos deu todas as raças!
Cantando um Amor que não tem peia,
que não tem nem limites nem fronteiras
e que floresce, livre ou em cadeia.
Pois que vibra no canto do Poeta
que só ele o traduz sem ter bandeiras:
Aqui eis a verdade mais dileta!
O Amor à Vida
Aqui eis a Verdade mais dileta!
Ninguém fala do Amor Universal,
qual fala e proclama o Poeta,
fazendo desta a Vida o fanal.
Pois Vida é o dom que Deus lhe deu
pr’Amar na amizade ou na paixão
doar ao seu amigo. ao amor seu
as forças que lh’estão no coração
Amar o sol, a Lua e as florestas,
os mares, as paisagens e os viventes,
cantar para a Amada as serestas!
Dizer belo poema alcandorado,
composto sempre usando versos quentes,
somente um Poeta apaixonado!
Epílogo sintético
Herói, eternamente ele é rendido!
Entregue em oração à sua dileta
e não lhe resta mais que este pedido!
E com ele a vida é completa!
O Poeta já está acompanhado!
Depende só daquela que ele ama
pra ser deus ao Olimpo elevado!
Vencer do negro Inferno a rubra chama!
Meu canto aqui proclama com justiça:
Mulher inspiradora do Poeta!
Pois é ela quem torna humana a liça!
Do Poeta, este ser abençoado!
Aqui eis a verdade mais dileta:
somente um Poeta apaixonado!
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