QUEM SOU?
Eu sou uma mulher que ama sem medida,
que deseja e se encanta com a morte,
mas que há 65 anos luta pela vida.
Eu sou uma mulher que viveu da palavra,
no escrever, no falar e até no silenciar.
E que hoje, cansada e ressentida,
prefere se calar.
Eu sou uma mulher que se entregou inteira,
na mesma intensidade, à alegria e à dor,
rejeitou crenças e ilusões passageiras
para viver a verdade do amor.
...
E hoje sente o medo incontrolado
de, mais uma vez, ter-se enganado.
JUNHO/2003
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