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| Poesias-->Coração Virgiliano -- 01/08/2003 - 21:03 (António Torre da Guia) |
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993300>Dedicado a António Virgílio Andrade
Pousei meus olhos
Descido em duas asas
Em seus versos... Zás...
Bem ao centro da palavra coração
Induzido pela harpa de Virgílio
Nome que me leva até Eneida
Entre o estendal de milhares de cristos
E li ao longe as palavras do Brasil
"Músculos... Vasos... Cavernas"
Motor onde a cabeça põe a alma
Entre rios de sangue sempre passando
Como se as fontes nascessem na foz
E por ali nascemos e morremos nós
"Músculos... Vasos... Cavernas"
Espécie de punho cerrado
Com a bola da vida na mão
Tic-Tac sem ponteiros
A pulsar... A pulsar... A pulsar...
Coração... Coração...
Tão depressa... Tão devagar...
De apeadeiro em apeadeiro
De estação em estação
E não há meio de eu chegar...
"Músculos... Vasos... Cavernas"
Há tanto tempo assim
Oh corpo dá-me penas e asas
Para voar... A pulsar dentro de mim
Coração poema enfim.
Torre da Guia |
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