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Erotico-->24. A DESGRAÇA NUNCA VEM SOZINHA -- 10/03/2003 - 07:44 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O anexim em epígrafe é absolutamente verdadeiro. E sabem por quê? Simplesmente porque as pessoas atraem os episódios ruins pela natureza das personalidades.

Há vários pontos a considerar. Vou ater-me, contudo, a um dos principais, qual seja, o da necessidade que se tem de perlustrar os caminhos da dor, por força da má formação espiritual.

Quando li, aqui no etéreo, as obras de Kardec, não concordei de imediato com a repetida lição de que Deus, que é pai de infinita misericórdia, possibilite aos filhos imperfeitos (e quem não é?) que passem por dissabores, maus pedaços, dramas e tragédias, para que aprendam a se controlar, no sentido de saber que o Senhor apreciará as boas reações, aquelas que se louvam na fé, na esperança e na caridade.

Se o aprendizado é dificultoso, só o fato de o indivíduo encontrar-se encarnado deve ser suficiente indício de que terá o organismo desgastado e, mais cedo ou mais tarde, irá defrontar-se com moléstias, que minarão as resistências físicas, por maior vitalidade energética apresente o corpo humano. É da natureza dos seres encarnados e não há que lutar contra esse aspecto inexorável, conforme propus anteriormente.

Por outro lado, os eventos sociais, “intra” e “extramuros”, exigem que as pessoas se desloquem, utilizem ferramentas, exponham-se às intempéries, corram riscos. Dessa forma, obviamente, podem ocorrer acidentes fortuitos, conquanto, o mais das vezes, a origem desses fatos se encontre intimamente relacionada ao humor ou ao matiz mais ou menos violento da criatura.

Não devo estender-me indefinidamente sobre o acaso, porque não acredito nele.

Tempo houve em que achava que as ocorrências todas serviriam para o prejuízo das pessoas, caso se vissem tocadas física ou economicamente. Não foi assim com papai, que terminou falido e suicida? Não foi assim mesmo comigo, quando me vi ao desamparo da afetividade, sem perspectivas de realizar os objetivos maiores a que me consagrara desde que me conheci como gente?

Se me tivesse detido sobre cada acontecimento, não no sentido de me ver ferido, magoado, ultrajado, desprezado, mas com o empenho de descobrir as ligações sutis com as causas morais impregnadas de vícios e de defeitos, teria, por certo, evitado que as desgraças se repetissem, que se deixassem acompanhar de outras cada vez mais pungentes, num crescendo de atitudes irrefletidas, a provocar lições progressivamente mais contundentes.

Agora que estou sendo assistido por este contingente de confrades, amigos mais ou menos endividados, todos interessados em que compreenda os liames espirituais que desencadearam a tremenda corrente de insucessos existenciais, começo a desvencilhar-me de cada aperto sentimental, temeroso de despencar de novo no abismo das acusações improfícuas e dolorosas.

O roteiro que se estabeleceu para a minha (chamemos assim) “redenção”, passa obrigatoriamente pelas considerações primárias do “acaso” e da “necessidade da dor”.

Tendo impingido ao “ego” a suprema derrota do suicídio, tenho de levar em conta aspectos menos comuns, como o fato de atribuir-me a penosa condição da inferioridade, por reconhecimento de que abusei das condições materiais, em detrimento dos semelhantes. A bem da verdade, até mesmo quando pus término à vida, até nesse supremo ato de loucura, existia embutida a visão do castigo dos seres que a mim se ligavam e que pretendi levar ao desespero, infundindo-lhes o sentimento da culpa por não me terem considerado suficientemente carente de palavras e de atos de afeto e conforto.

O que me parece incontestável é que, parlapatão, não me dei o direito de falar, de me explicar, de me referir aos sentimentos nitidamente adversos aos consangüíneos e afins, com o coração na mão, sempre desejoso, ao contrário, de ver a dubiedade das expressões atingir o objetivo, através da ironia, do sorriso interior de quem se considera melhor, para a perturbação da paz dos demais.

As ações, portanto, forçam as reações, sempre que as pessoas não têm o domínio do conjunto, não sabendo ver a cavaleiro dos problemas, imiscuindo-se nas nuanças das vibrações, conforme as provocações.

Devo acrescentar que, atualmente, estou comportando-me de forma sumamente sagaz nesse aspecto, buscando avaliar cada pequenino fato como representante ponderável das intenções subjacentes nas camadas profundas do “ego”.

Dessa forma, pretendo consignar que é possível inverter o ditado epigrafado, ou seja: “nenhum ato de amor caminha desacompanhado”.

Pode parecer pouco para os irmãos espiritistas, acostumados às dissertações maravilhosas transcritas por Allan Kardec. No entanto, para mim, é incontestável vitória admitir que estive errado ao não aceitar que a benemerência do Senhor se encontrava também nos fatos desagradáveis, porque assim os julgava, dando-lhes à aparência o valor intrínseco, quando, muito provavelmente, as pessoas melhor dotadas de sentimentos conseguem ver a necessidade dos indivíduos através do sofrimento.

Para encerrar o tópico, a perspectiva do auxílio, do socorro, da compaixão, da comiseração, do interesse legítimo em aliviar a sobrecarga do irmão atingido pela desgraça.

Aprendi com os companheiros e mestres que não devemos sofrer as mesmas dores dos assistidos, senão que devamos afligir-nos pela incompreensão da passagem estreita para o adentrar na bem-aventurança. Aprendi que devemos concentrar-nos em minimizar os efeitos danosos dos traumas físicos e morais, com o intuito superior de encaminhar para as diretrizes evangélicas como recurso imprescindível para a superação do estágio evolutivo, o que nos propiciará as condições de assimilarmos os conhecimentos, sem termos de vivenciar todos os sofrimentos.

A minha pretensão se define, neste ponto, no exemplo que ponho à vista dos leitores, porque devo entender que não há necessidade de se ser suicida para o aprendizado do respeito à vida. Incluo, nestas minhas observações, a suspeita de muitos confrades espíritas de que Kardec tenha recebido influxos energéticos de desaprovação consciencial, por ter-se negado a atender às orientações dos guias, quanto à necessidade de descanso e de cuidados acendrados com a saúde.

Não quero penetrar fundo no chamado “suicídio inconsciente”, mesmo porque não desejo colocar “caraminholas” nas mentes dos leitores, mas que fique o registro, senão para esclarecimentos, ao menos para suscitar a reflexão sobre o tema.

Adiantando opiniões mais agudas, posso imaginar que haja quem não aceite a existência de nada “inconsciente”, tendo em vista a possibilidade da meditação individual e da influenciação dos benfeitores espirituais, como ainda da discussão com os protetores durante o sono, a qual se refletirá nos pensamentos subseqüentes pela forma que se tiver combinado.

Não quero que estas considerações promovam corolários de conclusões acidentais, mas que sejam conseqüentes, no âmbito dos temas obrigatórios para os encarnados, de maneira séria e responsável e não como tratava eu dos assuntos a que denominava de “filosóficos” ou “religiosos”, não lhes dando a importância transcendental para o seguimento da existência em ascensão evolutiva, na senda aberta por Jesus.

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