Dna Josefa é uma velhinha muito doce que vive em uma casa pobre e humilde, descansando cheia de felicidade.
Dizem, as más línguas, que ela é uma velha meio caduca, só que eu não concordo com isso.
Sempre com os seus cabelos brancos ajeitados e vestindo a sua saia rendada, do mesmo modelo da que usava em sua mocidade, ela é um encanto de pessoa. O seu olhar brilhante está sempre cheio de candura e sabedoria quando ela canta canções do passado e quando conversa com seus amigos.
Teve dias, já há muito tempo, em que Dna. Josefa foi uma moça muito bonita e sedutora. Foi uma época de sua vida em que ela deixou muito moço elegante de coração partido.
Moça séria e de fina educação ela conheceu um moço educado, por ele se apaixonou, com ele se casou e conheceu a felicidade por mais de quarenta anos. Só que um dia o moço ficou velho e teve de ir pro céu.
Ela passou a viver da lembrança do grande amor que tivera. Sabia que, pela bondade do homem a quem amara, ele havia se tornado um anjo.
Para não se sentir sozinha ela cercou-se de amigos.
Com eles conversa, horas e horas, todos os dias e lhes fala de suas saudades e dos momentos felizes que teve quando era moça.
Ela é uma velhinha cheia de doçura e sabedoria que tem o coração cheio de amor e de bons sentimentos, os quais cultivou durante toda a sua vida.
E ainda a quem ache que essa senhora maravilhosa é uma velha maluca.
É muito injusto pensar isso de Dna. Josefa só porque ela ama de verdade os seus amigos, os trata como gente e a eles da nome de gente.
Tem no Alfredo o seu melhor amigo. Um amigo que sempre lhe foi fiel e prestativo. O tempo todo ao seu lado ele está sempre atento ao que ela diz.
É um lindo e enorme cão labrador, que tem as orelhas caidas e os pelos sedosos da cor de caramelo.
Também há as suas velhas amigas, a Francisca e a Juvência.
Duas tartarugas, tão ou talvez mais velhas do que ela, que são também importantes em sua vida e muito amada por ela.
Outro grande amigo é o seu gato, o Damião.
Ele está sempre ronronando a seus pés e vive trazendo para casa os seus amigos, os gatos vadios.
Dna. Josefa os trata com carinho e chama cada um por um nome de gente, Horácio, Benjamim, Teodoro...
Muitos amigos também visitam a Dna. Josefa todos os dias.
São os pombos e os passarinhos que não deixam de freqüentar o quintal de terra batida de sua casa, que ela salpica de farelo de pão e de milho.
Os mais íntimos vem comer em sua mão e ela os chama pelo nome carinhosamente, Alaor, Pedrinho, João Carlos...
O mais travesso de seus amigos é o Serafim, o seu papagaio. Todo o tempo feliz e brincalhão, ele está sempre zombando carinhosamente de Dna. Josefa e tornando sua vida sempre alegre.
Ela lhe conta lindas histórias com ele sempre atento e repetindo o que ela diz.
Por ela ser doce e carinhosa com os animais, tratar bem deles, com eles conversar e dar a eles nome de gente, tem gente que diz que Dna. Josefa é uma velha maluca.
Maluco, na minha opinião, é gente que gosta de gente não porque gente é gente, mas por ser ela gente que não respeita e muito menos gosta de gente.
CARLOS CUNHA
O Poeta sem limites
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