Tudo parecia tão calmo que dava-lhe a impressão de que todos os dias eram assim. Nada demais, nada de menos mas apenas o suficiente para arremedar qualquer papel fora do lugar quando o assunto fosse pensar no que escrever.
Mente passivamente inquieta a buscar argumentos que não ousassem o caminho da doutrina que, aliás poderia poupar-lhe a ideia de pensar sobre a profundidade no que podia trabalhar. Todas as vezes que podia encontrar algum material, faltava-lhe o ânimo para seguir adiante naquele caminho que não o levaria a lugar algum, salvo a si mesmo. Perdeu o número de vezes em que teve que abstrair-se pelo fato que o pudesse identificar junto ao outro perfil de um imaginário nunca explorado. Seria então, o caso de uma ausência ininterrupta de si que o levasse a transfiguração inexata que não revelasse o arquétipo do mais longínquo eu. Prolífero sem a presença de qualquer registro de paternidade que o dispusesse no confronto interminável, além de sua existência. Decidiu por hora, que assim poderia dar continuidade sem arrancar os mistérios que não fariam a diferença entre ser e estar de passagem. Nunca percebeu que naquele existir, pudesse haver tanta transposição de pensamentos sobre suas ideias lançadas ao papel que sendo leve o indicaria outro caminho alternativo ao trânsito uniforme e coerente com uma possível visão de que chegaria ao destino.
Enfim, alcançou o que não almejava pois apenas desejava trafegar nas trilhas de pensamentos que o indicasse à ideia principal de existir sem a necessidade da estrutura que o mantivesse de pé.