Profecia
Paulo Nunes Batista
Um dia eu ainda me pego
E me avuo pela janela,
Vai, traste ruim
Some da minha vida.
Um’ hora dessas, eu
Me agarro pelo gogó e
Profetizo:
Ou de mim te afastas
Ou te lascas
De cima para baixo.
Não vejo a hora
D’ eu me suspender pela língua
E aí me penduro
No cacho de coco mais alto
Da praia do Não-será.
Não demora nadinha
Eu vou ali no mato
E só deixo aquela ruma
De coisa-que-não-se-diz (Eu)
E saio leve-levinho
Cuma se nem fosse comigo.
Anápolis, 01/08/98.
Notícia Rápida sobre Paulo Nunes Batista:
Paraibano radicado em Goiás (Anápolis), morou em cerca de vinte cidades do Brasil, inclusive nas maiores capitais (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, além de Goiânia e João Pessoa), exercendo atividades desde cobrador de ônibus, trabalhador braçal até jornalista e professor, sendo aposentado do Fisco de Goiás, onde ingressou por concurso público.
Militou no PCB de 1946 a 1952, época em que foi preso político em São Paulo, como redator que era do diário HOJE, arbitrariamente fechado por um IPM. Nunca foi torturado, mas assistiu à tortura de preso quando de sua outra prisão, em Recife. Como jornalista vem denunciando e protestando contra sevícias a presos, políticos ou comuns. Vem há muitos anos publicando artigos, crônicas, reportagens e poesias na imprensa de Goiás, do Brasil e de Portugal.
PNB é autor de seis livros e mais de 140 folhetos de cordel, editados a partir de 1949. Em 1961 tornou-se espírita e vem colaborando na imprensa doutrinária desde então. Tem vários outros livros prontos para publicar (O Cordel Iluminado, Cantos de Pedra e de Flor etc) e continua produzindo. É formado em Direito.
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