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Contos-->O Anjo II ( O Tempo ) -- 06/03/2003 - 22:13 (marco aurelio jacob) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Anjo II (O tempo)

Nas noites gosto de voar.
Já sentiu o vento sobre o seu rosto?
Parece um sopro de Deus que vai direto para a alma.
Adoro voar sobre o mar, sempre sinto isso.
Quando eu vôo reflito nas coisas do meu amor, medito na palavra do meu criador.
Posso ouvir e sentir a sua doce voz e a sua maravilhosa presença.

Esta noite essa voz que me invade e me inquieta me leva a ele, ele tem algo novo pra me ensinar. Ele sempre tem algo para me ensinar.

Essa vóz diz:
- Não a nada que se faça, nem mesmo uma folha de uma arvore que caia sem que eu tenha conhecimento, sem que Eu permita.

Deus tem dons. Ele tem muitos dons, e ele distribui aos homens e a nos anjos segundo a nossa capacidade de entendimento.
Mas porque Deus me diria isso?
Eu sei que não a nada que ele não veja, e principalmente nada acontece sem que ele permita.

Esse é um dom que gostaria de ver o dom de saber o que acontece, saber tudo o que acontece.
Talvez essa noite Deus me mostrar algo maior que isso, algo que em toda a minha existência jamais pensei em ver.
Mas uma prova do infinito amor Dele para com o homem.

Subi em direção da voz do meu amado.
No caminho pude ver verdugos, ou demônios são como vocês os conhecem.
Havia um movimento estranho entre eles, um clima de festa, como que se eles tivessem ganhado algo.
Mas eles nunca ganhariam de Deus.

Cheguei aos céus, é um lindo lugar, um dia todos vocês vão contemplar. Ruas de ouro e pedra jaspe, as mais belas flores que já existiram estão ali.
E lá também esta o trono de Deus. E ele sentado nele vendo tudo que se passa.
Muitos anjos o cercam, uns para adora-lo, outros levam e suas mãos cálices cheios de lagrimas, que são as orações, as suplicas, e os pedidos dos homens que sofrem na terra.

Eu cheguei bem perto dele, e fica difícil se controlar com toda aquela bondade com todo aquele amor.
E mais uma vez chorei muitíssimo na sua presença, era um choro de agradecimento por poder estar ali tão perto do meu maior amor.

Ele mais uma vez me repetiu aquela frase.
E com certeza não havia nada que aconteça sem que ele saiba, sem que ele permita.
Ele me deu um cálice para beber.
E eu bebi. Era um liquido amargo, com gosto de sofrimento, um gosto de dor. Dor de uma perda.
Talvez vocês não saibam, mas os sentimentos têm gosto, não para o corpo, mas para a alma.
E a dor e o sofrimento têm um gosto amargo.

Quando acabei de tomar pude entender tudo aquilo que Deus havia me dito, sobre que não acontece nada que ele não permita que aconteça.
E se uma folha de uma arvore só cai com a permissão de Deus, imagine a vida de um homem, que é muito mais importante para ele.

Sai da presença Dele.
Atordoado com o gosto de morte que tinha aquele cálice.
Cheguei a uma casa em uma vilinha, havia um homem pálido sentado junto a mesinha do telefone.
A noticia que ele havia recebido o deixara daquele jeito.

Pude ouvir os seus pensamentos:
- Como eu vou avisa-la?
- Como vou avisa-la?
Ele pegou o telefone e discou para o sua filha:
- Filha!!!
- Recebi um telefonema de um homem dizendo que teu irmão morreu num acidente de carro.
- Como?
- È filha! É isso mesmo. Como eu vou dizer isso a sua mãe?
- Calma pai não faça nada até que eu chegue ai.
Ele desligou o telefone e chorou muito. E suas lagrimas se transformaram em orações e eu mais uma vez bebi aquele cálice.


Cheguei ao local do acidente.
Era uma alto estrada dessas que liga uma cidade a outra.

Vi um Fusca, todo distorcido com um cadáver entre as ferragens.
Logo ao lado das ferragens estava um verdugo puxando a alma daquele cadáver para com ele.
A alma lutava para não deixar aquele corpo, mas o verdugo o puxava.
Ele estava conseguindo.


**************************

- Filha! Quem bom que você chegou!
- Acalme-se pai!
- Eu não disse nada ainda a sua mãe, o que vamos fazer!
- Calma! Vamos avisar os filhos dele primeiro, quando eles estiverem aqui nós contamos a mamãe.
Ela pegou o telefone e ligou para a filha mais velha daquele homem:
- Ale? É a tia! Vem para a casa de seu pai que parece que ele sofreu um acidente.
- O que? Meu pai?


*************************

A luta estava sendo vencida pelo verdugo, e eu estava aguardando algo de Deus.
De repente uma luz rasgou o céu.
Era o sinal dele. Essa luz era mais um cálice e eu bebi.
O liquido não tinha gosto, mas era tempo, era o dom do tempo.

Imediatamente desci ate o verdugo desembainhando minha espada.
Dei um grande golpe nos braços dele.
Fazendo que ele soltasse a alma daquele homem.
- Mas e o seu corpo? E o seu corpo?
- Volte com ele!!! Volte! Eu lhe dei esse dom.
E eu voltei, voltei antes de sua saída para aquela estrada.
Fiz com que ele fizesse outro caminho sem ser aquele, onde os verdugos o esperavam.
E ele chegou salvo em casa.

Quando a família o viu, não puderam acreditar, todos lhe olhavam como se ele fosse um fantasma.
Contaram-lhe sobre o telefonema.
Mas quem havia ligado?
Talvez fosse um trote?
Todos riram muito.

Mas o que fez Deus mudar aquela história?
Talvez a oração do pai.
Talvez para que eu pude-se aprender mais de Deus.
Talvez porque simplesmente Deus amou demais aquele homem e sua família.

O tempo não é nada para Deus.
Talvez você já tenha tido a impressão que já esteve em algum lugar, e esta naquele lugar a primeira vez. Será que realmente é a primeira?

Hoje aquela família ri de tudo esse “trote”, mas mal sabem o que realmente aconteceu.

Eu aprendi sobre o tempo ...........

Marco Aurelio Jacob
manchajacob@hotmail.com


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