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Poesias-->o vício, viço, de amar -- 09/07/2003 - 08:43 (Clóvis Luz da Silva) |
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que mente obtusa!
que inventa
benevolente
maldizente
eloqüente
tépido e cálido sopro de ilusão
e dolorida
condoída paixão
compaixão de si.
ó mente opaca
que vislumbra o nada
que acrescenta ao nada
o seu próprio vazio amor que desbanca a esperança
que faz das flores cheiro de morte
e mata a alegria de estar feliz
ó mente vagabunda
que inverte a lógica dos sentimentos
e traz pro coração amante o medo do amor
e a alegria infinita pelo fim fatal
sim, fim de tudo,
ocaso de um caso mal contado,
de um conto mal escrito
de linhas tortuosas
suspensas num grito espasmódico
módico mesmo em essência
pobre de ser,
eu seria tão feliz
se você ainda me amasse
ó mente escrava da vida
que não quer saber da solidão
que refuga no salto contra a morte
que volta a ser escrava de quem a magoa
eu sou teu vício, estúpida mulher,
que quer se dar a mim,
numa ânsia inaudita,
e mesmo negando que me deseja loucamente,
mente na mente e simplesmente se mata.
morreu, não está mais aqui esse desejo.
fugiu dela, foi procurar outra alma
e quando encontrar sua gêmea - o que duvido
pode ser que eu mesmo já tenha ido embora
pra um local onde homens e mulheres
vivam em paz, como se fossem cordeiros
num jardim florido.
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